domingo, 22 de fevereiro de 2015

A ESCOLHA DE UM NOIVO

A Escolha do cônjuge

Era dia de domingo. Alguns casais se reuniram a fim partilhar o segredo de um matrimônio feliz. Junto com eles estavam o sacerdote católico, embora celibatário sentia-se à vontade no meio daqueles casais. A sala era ampla e oferecia conforto a todos. Nos intervalos era servido um cafezinho, sem contar com o delicioso almoço e jantar ao final do encontro.
A senhora Dirce, fez o uso da palavra e convidou os casais a ocuparem seus lugares. Logo depois de um breve momento de oração acolheu a todos com alegria e falou dos objetivos daquele encontro. Os casais sentaram nas cadeiras formando um círculo para facilitar a participação de todos.
Ao lado de seu esposo Evandro, Dirce abordou o primeiro tema do encontro: “A escolha do cônjuge”. Em poucas palavras assegurou que a escolha de uma pessoa para assumir o sacramento do matrimônio, onde será: “osso de seus ossos” exige certos critérios. Evandro confirmou: “o melhor caminho é pedir a Deus um esposo ou esposa que vai assumir e cumprir a missão do matrimônio com dignidade e respeito”.
_ É verdade! _ Disse Lenice. O que pedimos na oração, Deus nos atende (Mt 21,22).
_ Vando acrescentou: “Você deve saber escolher a mãe ou o pai de seus futuros filhos e filhas. Ninguém escolhe como cônjuge alguém que permaneça no erro ou que não dê segurança e estabilidade na vida a dois”.
Fabio tomou em suas mãos seu caderno de anotações e afirmou: “Estive lendo alguns artigos do Padre Chrystian Shankar. Eis alguns critérios importantes que ajudam os noivos a descobrirem o melhor candidato: ‘Uma pessoa religiosa, sem vícios, trabalhadora, desimpedida dá esperança de um matrimônio digno’”.
Vânia, sua esposa, declarou que a religião é uma das principais qualidades. Vando acrescentou o trabalho como requisito principal do matrimônio. Se o casal vive só de religião, não poderá oferecer aos filhos uma vida de qualidade.
_ Está certo, afirmou Marta. Mas, uma coisa vocês precisam compreender: eu mesmo estive casada mais 40 anos com um homem trabalhador, mas tudo o que ganhava era para sustentar o vício. Quando a pessoa é escrava do álcool, poucos frutos serão colhidos.
Disse Fábio aos participantes:
_ “Uma pessoa que tem estabilidade financeira, mas é obcecado por trabalho e dinheiro, pode ter dificuldades em partilhar a vida de acordo com as exigências do matrimônio”.
Vânia prosseguiu:
_ Alguém egoísta, que te humilha em público, que mostra sempre seus defeitos e fala bem de si mesmo, é um candidato suspeito. É preciso compreender o noivo (a), se ele é compatível com você, se ele tem objetivos diferentes, pois possivelmente não mudará após o casamento.
Francisca acrescentou dizendo:
_ Egoísmo é quando um pensa mais na carreira profissional e menos na família. Caso um dos cônjuges tem maior ligação com sua própria família e desvaloriza a família do cônjuge, pode ser um grande empecilho.
_ Acredito que o casal deve encontrar apoio no outro. O trabalho é uma fonte de bênçãos, mas não é tudo. É fonte de recursos que ajuda o casal a cumprir bem sua missão. “Sacos vazios, não para em pé”, afirmou Francisca.
Olímpio lembrou de um caso em que o marido passou um bom tempo juntando dinheiro. O trabalho era sempre em primeiro lugar, mas quando quis resgatar o matrimônio, já cansada, a esposa o abandonou.
Fábio apresentou outro critério importante do padre Chrystian:
_ “Pessoa que fala demais em dinheiro e vive reclamando, que não é mão aberta, que não tem coragem de lhe dar um presente sequer, abre os olhos. Pode ser que esta pessoa não esteja preparada para ser um bom marido ou uma boa esposa”. O cônjuge e os filhos estão em primeiro lugar, em relação dinheiro.
Evandro afirmou:
_ Conheço um casal exemplar. A mulher toma conta das finanças, enquanto o esposo dedica a outras funções.
Dirce chamou atenção dos outros casais que ainda não participaram, dizendo que deseja ouvir a opinião de todos.
Gilberto, esposo de Sônia, deu a sua contribuição:
_ Penso que um candidato ideal é aquele que respeita e ama sua esposa não simplesmente com palavras, mas atitudes concretas.
O tempo foi passando e Fábio ainda tinha uma enorme lista sobre os critérios para escolher o cônjuge ideal. Tomando a palavra, quis saber algo sobre o namoro dos noivos:
_ Vocês já brigaram durante o namoro ou noivado? Tome cuidado! Às vezes as brigas são por quaisquer motivos. A irritabilidade é sinal de que a pessoa não deseja partilhar, compreender o outro, abrir mão dos sonhos egoístas para viver a harmonia conjugal e a verdadeira paz.
Laura e Fernando foram os primeiros noivos a darem sua colaboração. Fernando era um rapaz inteligente, porém, muito ciumento. Laura era mais dócil e sensível. Fernando admitiu:
_ Durante o namoro havia alguns desentendimentos e reclamou dizendo que Laura é um pouco imatura e não compreende as coisas, mas que espera mudança, logo após o casamento.
Laura retrucou, dizendo:
_ Eu não sou imatura. Você não concorda com o que eu penso. Tudo tem que ser do seu jeito! Você deve mudar de atitude. Não eu!
Vânia questionou Laura sobre o amor dos dois e disse também:
_ O cônjuge deve compreender as diferenças entre eles, mas nunca impor o seu modo de ser. Quem ama, acolhe o outro e procura fazê-lo feliz. .
Francisca alertou a todos:
_ Olha, muitas vezes encontramos situações em que o marido ou a mulher imagina que o cônjuge não sabe nada. Quem ama não altera a voz, houve, faz perguntas, mostra o melhor caminho e dá o braço a torcer para não contrariar o outro. A verdade é que todos têm direito de ser respeitados.
Débora disse:
_ Entre eu e meu noivo não temos problemas de relacionamentos. Acho que o meu noivo deveria ser um pouco mais enérgico. Às vezes eu cobro isso dele. Kássio, por sua vez ficou calado, mas deu um sorriso concordando com sua noiva.
Novamente Fábio apresentou outro critério:
_ “Cuidado se a pessoa não fala da própria família e não gosta que você visite seus futuros sogros. Também tome cuidado se pessoa não gosta de ir à sua casa. Vá à casa de seu futuro cônjuge e veja como ele trata sua própria mãe. A mãe é uma boa referência. O comportamento se repete. Tratar você com “pão de ló” e sua mãe com agressividade, é um péssimo sinal. Péssimo filho, péssimo marido. Péssima filha, péssima esposa”.
Dirce testemunhou:
_ Meu matrimônio está dando certo porque meu esposo demonstra um carinho muito grande em relação a meus pais. Este detalhe faz a diferença. Meu esposo é acolhedor, um tanto parado, talvez como o noivo de Débora. Mas tenho hoje a alegria de dizer que ele está sendo um ótimo companheiro. Tem paciência comigo e é um ótimo pai para nossos filhos. Ser mais reservado não é um defeito, às vezes é uma das grandes qualidades.
Fernando, afirmou:
_ Eu gosto de minha mãe, mas não sou tão grudento como Laura. Se eu não chamar a sua atenção, essa aqui viverá sempre grudada em seus pais.
Amanda, noiva de Pedro, afirmou que entre eles não há problema. Os dois contabilizam juntos os dias que vão visitar seus pais. O equilíbrio é fundamental.
_ Eu adoro os pais de Pedro. Eles não são tão pegajosos e penso que Pedro também se sente bem na minha casa. Creio que o segredo da felicidade no matrimônio, se bem que ainda não nos casamos, é saber a medida ou a distância certa do amor dos filhos em relação aos seus pais. Seremos uma nova família, não podemos esquecer-nos de nossas raízes.
Sônia relatou que seu marido tem uma capacidade ímpar de relacionar com seus pais. Ele é discreto e não se envolve nos problemas de minha família. Quando eu precisei dar mais apoio aos meus pais na enfermidade ele sempre esteve do meu lado e compreendeu minhas ausências de casa.
Lenice fez uma pergunta: Alguém de vocês vai morar com a sogra? Foi uma gargalhada em coro.
_ Não tem nenhum problema morar com a sogra, quando há paciência e respeito, disse Lenice.
Fábio apresentou outro critério:
_ “Cuidado com quem é fissurado no corpo. O mais importante é outra coisa. O físico não é importante, gordo, careca, etc. Quanto à mulher, não é um bom sinal passar o tempo todo no cabeleireiro. Por outro lado, quem não cuida de si mesmo não cuidará bem do futuro cônjuge e dos filhos. Tudo é questão de equilíbrio”.
Andreia olhou para Gabriel, seu noivo e deu uma risadinha. Todos olharam para o casal. Gabriel era um personal Treiner, eis a razão porque despertou admiração de todos.
_ Não! Defendeu Gabriel. Eu não sou fissurado em meu corpo. O meu trabalho é exigente. Afinal, como ajudar as pessoas a terem saúde, se não sou capaz de manter uma boa forma?
Gabriel vai à Academia todos os dias e não é capaz de ir comigo duas vezes por semana na casa de meus pais, disse Andreia.
Dirce alertou ao casal de noivos que tudo em exagero é prejudicial. Se, de fato, este é o trabalho de Gabriel, cabe a Andreia certificar e decidir se vai acolher você ou não, sem querer que você mude de profissão. É injusto mudar o outro sem sua permissão ou forçá-lo a tomar uma decisão contrária a seus princípios e seus sonhos.
Fabio lembrou aos participantes que as falsas seguranças podem dizimar o matrimônio em pouco tempo. Somente para sair de casa e tornar livre em relação aos pais, é uma péssima escolha. Casar com esta pessoa só porque ele (a) é bonito (a), educada, romântica, pode ser ariscado. Quem vê cara não vê coração. Cuidado também para você não se apaixonar somente por algumas qualidades de uma pessoa. O importante é a pessoa em sua totalidade, não as qualidades que ela tem.
_ Espero que todos vocês tenham a consciência reta e saiba o que está fazendo. Pode ser que uma pessoa romântica é alguém falso e outra pessoa nervosa, que cobra demais e aponta seus defeitos é aquela que vai ser o cônjuge ideal, enfatizou Aparecida.
Débora relatou que seus pais eram muito diferente um do outro. O pai era mais nervoso, agitado e, sua mãe mais dócil. O segredo da harmonia conjugal estava na capacidade de aceitar o outro, de dialogar e a tomar as melhores das decisões.
Para finalizar, Fabio apresentou o último critério de escolha:
_ “Escolha o seu cônjuge entre aqueles que gostam de falar contigo. Que tem paciência em ouvir, quando você fala de seus planos e seus sonhos”.
Jair, esposo de Aparecida, observou:
_ “O marido ideal é aquele que ama e demonstra seu amor, não com ciúmes infantis, mas com atitudes de acolhida”.
Aparecida acrescentou:
_ “E a esposa ideal é aquela que não se preocupa com os prazeres da vida, que mantém sempre sua alma e seu coração irrigado pela graça de Deus. O marido ideal é homem de fé, que publica seu modo de ser não com palavras vazias, mas gestos concretos de amor e compreensão”.
Dirce partilhou:
_ “É preferível errar antes a depois”. Este é um segredo que vale ouro. Se ainda não tem segurança sobre a estabilidade do matrimônio, melhor esperar. Há um tempo para tudo. É preferível esperar seis meses ou até mais do que se arrepender nos primeiros meses de vida matrimonial.
Lenice continuou explicando que a escolha é o primeiro passo de uma grande história de amor. Vando, seu esposo argumentou:
_ Analisar os pontos positivos e negativos é uma tarefa indispensável. Conheci um casal de Namorados que deram um tempo, logo depois eles perceberam que não era para dar certo. Decidiram cada um seguir outra estrada. Outro casal amigo estava com dúvidas, permaneceram noivos por um bom tempo. A espera valeu a pena. Hoje eles são felizes e vivem como um casal exemplar.
Dirce completou:
_ É verdade, mas isso não é tudo. Verifique se existe paz duradoura em seu coração quando você imagina as cenas do casamento, os dias depois do casamento etc.
_ Interrogue seus pais. A opinião deles é importante. Eles não mentem e querem o melhor para você. Às vezes o defeito não está na pessoa, mas em você mesmo, afirmou Evandro.
Débora também deixou o seu recado:
_ Há muita imaturidade quando o assunto é casamento. Kássio é a pessoa ideal. Não tenho dúvidas, mas acredito que o momento ainda não é para casamento. Ser imaturo para mim não é um problema. A gente vai aprendendo com a vida. Sei que tudo tem o seu tempo.
_ Você está certa, Débora. Há um tempo para tudo! (Ecl 3, 1) afirmou Dirce.
Junior interrogou:
_ Eu não entendi esse lance de “paz duradoura”. A senhora Dirce poderia nos explicar?
_ Paz duradoura é aquela sensação de segurança, alegria interior do coração que nos permite tomar decisões acertadas. Por exemplo: quero comprar esse carro. Caso você imagina dentro de um carro, daqui a alguns meses, mas não se sente bem, por causa da dívida, dos impostos, de como você terá que trabalhar mais para adquiri-lo, então é melhor não comprar, aconselhou Dirce.
_ No casamento, se você pensa em realizá-lo com tal pessoa, verifique se é a pessoa certa, não a pessoa perfeita, pois ela não existe. O que conta é saber que esta pessoa vai somar com você e encher sua vida de felicidade e paz, comentou Vando.
_ O que é a felicidade? Perguntou Valentina.
_ Amar a Deus e ao próximo como Jesus amou nos ajuda a descobrir o segredo da vida. Ser amado por Deus e pelos irmãos são os frutos que colhemos, assegurou Sônia.
Gilberto usou a palavra para explicar aos casais:
_ O motivo principal do encontro é ajudar vocês serem felizes. Por isso, a escolha é muito importante. “Se você não é capaz de convencer os seus pais sobre algo tão sério em sua vida é melhor aumentar o diálogo, pensar, ponderar”, antes de tomar esta decisão, afirmou Gilberto. Espero que todos tenham escolhido ou terão ainda algum tempo antes do casamento para ajustar o que ainda não está bem, a fim de celebrar seu matrimônio com esperança de produzir bons frutos. Vamos para outra discussão.