quinta-feira, 16 de outubro de 2014

DICAS DE UM CASAMENTO FELIZ PARTE I

DICAS DE UM CASAMENTO FELIZ

A Escolha do cônjuge

Era dia de domingo. Alguns casais se reuniram a fim partilhar o segredo de um matrimônio feliz. Junto com eles estavam o sacerdote católico, embora celibatário sentia-se à vontade no meio daqueles casais. A sala era ampla e oferecia conforto a todos. Nos intervalos era servido um cafezinho, sem contar com o delicioso almoço e jantar ao final do encontro.
A senhora Dirce, fez o uso da palavra e convidou os casais a ocuparem seus lugares. Logo depois de um breve momento de oração acolheu a todos com alegria e falou dos objetivos daquele encontro. Os casais sentaram nas cadeiras formando um círculo para facilitar a participação de todos.
Ao lado de seu esposo Evandro, Dirce abordou o primeiro tema do encontro: “A escolha do cônjuge”. Em poucas palavras assegurou que a escolha de uma pessoa para assumir o sacramento do matrimônio, onde será: “osso de seus ossos” exige certos critérios. Evandro confirmou: “o melhor caminho é pedir a Deus um esposo ou esposa que vai assumir e cumprir a missão do matrimônio com dignidade e respeito”.
_ É verdade! Disse Lenice. O que pedimos na oração, Deus nos atende (Mt 21,22).
_ Vando acrescentou: “Você deve saber escolher a mãe ou o pai de seus futuros filhos e filhas. Ninguém escolhe como cônjuge alguém que permaneça no erro ou que não dê segurança e estabilidade na vida a dois”.
_ Fabio tomou em suas mãos seu caderno de anotações e afirmou: “Estive lendo alguns artigos do Padre Chrystian Shankar. Eis alguns critérios importantes que ajudam os noivos a descobrirem o melhor candidato: primeiro: ‘Uma pessoa religiosa, sem vícios, trabalhadora, desimpedida dá esperança de um matrimônio digno’”.
Vânia, sua esposa, declarou que a religião é uma das principais qualidades. Vando acrescentou o trabalho como requisito principal do matrimônio. Se o casal vive só de religião, não poderá oferecer aos filhos uma vida de qualidade.
_ Está certo, afirmou Marta. Mas, uma coisa vocês precisam compreender: eu mesmo estive casada mais 40 anos com um homem trabalhador, mas tudo o que ganhava era para sustentar o vício. Quando a pessoa é escrava do álcool, poucos frutos serão colhidos.
Disse Fábio aos participantes:
_ “Uma pessoa que tem estabilidade financeira, mas é obcecado por trabalho e dinheiro, pode ter dificuldades em partilhar a vida de acordo com as exigências do matrimônio”.
_ Vânia prosseguiu:
_ Alguém egoísta, que te humilha em público, que mostra sempre seus defeitos e fala bem de si mesmo, é um candidato suspeito. É preciso compreender o noivo (a), se ele é compatível com você, se ele tem objetivos diferentes, pois possivelmente não mudará após o casamento.
_ Nossa, você disse muita coisa ao mesmo tempo, afirmou Francisca. O egoísmo é um defeito que destrói, mas não entendi quando você falou de objetivos diferentes.
_ Vânia acrescentou dizendo:
_ Quando um pensa mais na carreira profissional e menos na família. Caso um dos cônjuges tem maior ligação afetiva em relação à sua própria família, pode ser um grande empecilho, sobretudo, quando o casal mora longe dos pais.
_ Acredito que o casal deve trabalhar unido. Um deve encontrar apoio no outro. O trabalho é uma fonte de bênçãos, mas não é tudo. Ele deve representar para o casal uma fonte de recursos que ajuda o casal a cumprir bem sua missão. “Sacos vazios, não para em pé”, afirmou Francisca.
_ Olímpio lembrou de um caso em que o marido passou um bom tempo juntando dinheiro. O trabalho era sempre em primeiro lugar, mas quando quis resgatar o matrimônio, já cansada, a esposa o abandonou.
Fábio apresentou outro critério importante do padre Chrystian:
_ “Pessoa que fala demais em dinheiro e vive reclamando, que não é mão aberta, que não tem coragem de lhe dar um presente sequer, abre os olhos. Pode ser que esta pessoa não esteja preparada para ser um bom marido ou uma boa esposa”. O dinheiro é sempre um problema. Se a pessoa não coloca o outro ou a família em primeiro lugar tudo se torna mais difícil.
Evandro afirmou:
_ Conheço um casal exemplar. A mulher toma conta das finanças, enquanto o esposo dedica mais à educação dos filhos.
Dirce chamou atenção dos outros casais que ainda não participaram.
Sônia, tomando a palavra, afirmou que está aprendendo muito e que gosta mais de ouvir.
Gilberto, seu esposo deu a sua contribuição:
_ Penso que um candidato ideal é aquele que respeita e ama sua esposa não simplesmente com palavras, mas atitudes concretas.
O tempo foi passando e Fábio ainda tinha uma enorme lista sobre os critérios para escolher o cônjuge ideal. Tomando a palavra, quis saber algo sobre o namoro dos noivos:
_ Vocês já brigaram durante o namoro ou noivado? Tome cuidado! Às vezes as brigas são por quaisquer motivos. A irritabilidade é sinal de que a pessoa não deseja partilhar, compreender o outro, abrir mão dos sonhos egoístas para viver a harmonia conjugal e a verdadeira paz.
Laura e Fernando foram os primeiros noivos a darem sua colaboração. Fernando era um rapaz inteligente, porém, muito ciumento. Laura era mais dócil e sensível. Fernando admitiu:
_ Durante o namoro havia alguns desentendimentos e reclamou dizendo que Laura é um pouco imatura e não compreende as coisas, mas que espera mudança, logo após o casamento.
_ Laura retrucou, dizendo:
_ Eu não sou imatura. Você não concorda com o modo como eu penso. Tudo tem que ser do seu jeito! Você deve mudar de atitude, não eu.
Vânia questionou Laura sobre o amor dos dois e disse também:
_ O casal deve compreender as diferenças, mas nunca impor o seu modo de ser. Quem ama, acolhe o outro e procura fazê-lo feliz.
Francisca alertou a todos:
_ Olha, muitas vezes encontramos situações em que o marido ou a mulher imagina que o cônjuge não sabe nada. O que está em jogo é a harmonia, o bem estar dos cônjuges. Por isso, quem ama não altera a voz, houve, faz perguntas, mostra o melhor caminho e dá o braço a torcer para não contrariar o outro.
Débora disse:
_ Entre eu e meu noivo não temos problemas de relacionamentos. Acho que o meu noivo deveria ser um pouco mais enérgico. Às vezes eu cobro isso dele. Kássio, por sua vez ficou calado, mas deu um sorriso concordando com sua noiva.
Novamente Fábio apresentou outro critério:
_ “Cuidado se a pessoa não fala da própria família e não gosta que você visite seus futuros sogros. Também tome cuidado se pessoa não gosta de ir à sua casa. Vá à casa de seu futuro cônjuge e veja como ele trata sua própria mãe. A mãe é uma boa referência. O comportamento se repete. Tratar você com pão de ló e sua mãe com agressividade, é um péssimo sinal. Péssimo filho, péssimo marido. Péssima filha, péssima esposa”.
Dirce testemunhou:
_ Meu matrimônio está dando certo porque meu esposo demonstra um carinho muito grande em relação a meus pais. Eu sempre fui atenta sobre este detalhe. Meu esposo era acolhedor, um tanto parado, talvez como o noivo de Débora. Mas tenho hoje a alegria de dizer que ele está sendo um ótimo companheiro. Tem paciência comigo e é um ótimo pai para nossos filhos. Ser mais reservado não é um defeito, às vezes é uma das grandes qualidades.
Fernando, afirmou:
_ Eu gosto de minha mãe, mas não sou tão grudento como Laura. Se eu não chamar a sua atenção, essa aqui viverá sempre grudada em seus pais.
Amanda, noiva de Pedro, afirmou que entre eles não há problema. Os dois contabilizam juntos os dias que vão visitar seus pais. O equilíbrio é fundamental.
_ Eu adoro os pais de Pedro. Eles não são tão pegajosos e penso que Pedro também se sente bem na minha casa. Creio que o segredo da felicidade no matrimônio, se bem que ainda não nos casamos, é saber a medida ou a distância certa do amor dos filhos em relação aos seus pais. Seremos uma nova família, não podemos esquecer-nos de nossas raízes.
_ Sônia relatou que seu marido tem uma capacidade ímpar de relacionar com seus pais. Ele é discreto e não se envolve nos problemas de minha família. Quando eu precisei dar mais apoio aos meus pais na enfermidade ele sempre esteve do meu lado e compreendeu minhas ausências de casa.
_ Lenice fez uma pergunta: Alguém de vocês vai morar com a sogra? Foi uma gargalhada em coro.
_ Não tem nenhum problema morar com a sogra, quando há paciência e respeito, disse Lenice.
Fábio apresentou outro critério:
_ “Cuidado com quem é fissurado no corpo. O mais importante é outra coisa. O físico não é importante, gordo, careca, etc. Quanto à mulher, não é um bom sinal passar o tempo todo no cabeleireiro. Por outro lado, quem não cuida de si mesmo não cuidará bem do futuro cônjuge e dos filhos. Tudo é questão de equilíbrio”.
Andreia olhou para Gabriel, seu noivo e deu uma risadinha. Todos olharam para o casal. Gabriel era um personal Treiner, eis a razão porque despertou admiração de todos.
_ Não! defendeu Gabriel. Eu não sou fissurado em meu corpo. O meu trabalho é exigente. Afinal, como ajudar as pessoas a terem saúde, se não sou capaz de manter uma boa forma?
_ Gabriel vai à Academia todos os dias e não é capaz de ir comigo duas vezes por semana na casa de meus pais, disse Andreia.
Dirce alertou ao casal de noivos que tudo em exagero é prejudicial. Se, de fato, este é o trabalho de Gabriel, cabe a Andreia certificar e decidir se vai acolher você ou não, sem querer que você mude de profissão. É injusto mudar o outro sem sua permissão ou forçá-lo a tomar uma decisão contrária a seus princípios e seus sonhos.
Fabio lembrou aos participantes que as falsas seguranças podem dizimar o matrimônio em pouco tempo. Somente para sair de casa e tornar livre em relação aos pais, é uma péssima escolha. Casar com esta pessoa só porque ele (a) é bonito (a), educada, romântica, pode ser ariscado. Quem vê cara não vê coração. Cuidado também para você não se apaixonar somente por algumas qualidades de uma pessoa. O importante é a pessoa em sua totalidade, não as qualidades que ela tem.
_ Espero que todos vocês tenham a consciência reta e sabe o que está fazendo. Pode ser que uma pessoa romântica é alguém falso e outra pessoa nervosa, que cobra demais e aponta seus defeitos é aquela que vai ser o cônjuge ideal, enfatizou Aparecida.
Débora relatou que seus pais eram muito diferente um do outro. O pai era mais nervoso, agitado e, sua mãe mais dócil. O segredo da harmonia conjugal estava na capacidade de aceitar o outro, de diálogo e a tomar as melhores das decisões.
Para finalizar, Fabio apresentou o último critério de escolha:
_ “Escolha o seu cônjuge entre aqueles que gostam de falar contigo. Que tem paciência em ouvir, quando você fala de seus planos e seus sonhos”.
Jair, o último casal de apoio, observou:
_ “O marido ideal é aquele que ama e demonstra seu amor, não com ciúmes infantis, mas com atitudes de acolhida”.
Aparecida, sua esposa acrescentou:
_ “E a esposa ideal é aquela que não se preocupa com os prazeres da vida, que mantém sempre sua alma e seu coração irrigado pela graça de Deus. O marido ideal é homem de fé, que publica seu modo de ser não com palavras vazias, mas gestos concretos de amor e compreensão”.
Dirce partilhou:
_ “É preferível errar antes a depois”. Este é um segredo que vale ouro. Se ainda não tem segurança sobre a estabilidade do matrimônio, melhor esperar. Há um tempo para tudo. É preferível esperar seis meses ou até mais do que se arrepender nos primeiros meses de vida matrimonial.
Lenice continuou explicando que a escolha é o primeiro passo de uma grande história de amor que une o homem e a mulher para realizar o sonho da unidade e da edificação de um lar. Vando, seu esposo argumentou:
_ Analisar os pontos positivos e negativos é uma tarefa indispensável.
_ Dirce completou: è verdade, mas isso não é tudo. Verifique se existe paz duradoura em seu coração quando você imagina as cenas do casamento, os dias depois do casamento etc.
_ Interrogue seus pais. A opinião deles é importante. Eles não mentem e querem o melhor para você. Às vezes o defeito não está na pessoa, mas em você mesmo, afirmou Evandro.
Débora também deixou o seu recado:
_ Há muita imaturidade quando o assunto é casamento. Kássio é a pessoa ideal. Não tenho dúvidas, mas acredito que o momento ainda não é para casamento. Ser imaturo para mim não é um problema. A gente vai aprendendo com a vida. Sei que tudo tem o seu tempo.
_ Você está certa, Débora. Há um tempo para tudo! (Ecl 3, 1) afirmou Dirce.
_ Junior interrogou:
_ Eu não entendi esse lance de “paz duradoura”. A senhora Dirce poderia nos explicar?
_ Paz duradoura é aquela sensação de segurança, alegria interior do coração que nos permite tomar decisões acertadas. Por exemplo: quero comprar esse carro. Caso você imagina dentro de um carro, daqui a alguns meses, mas não se sente bem, por causa da dívida, dos impostos, de como você terá que trabalhar mais para adquiri-lo, então é melhor não comprar, aconselhou Dirce.
_ No casamento, se você pensa em realizá-lo com tal pessoa, verifique se é a pessoa certa, não a pessoa perfeita, pois ela não existe. O que conta é saber que esta pessoa vai somar com você e encher sua vida de felicidade e paz, comentou Vando.
_ O que é a felicidade? Perguntou Valentina.
_ Amar a Deus e ao próximo como Jesus amou nos ajuda a descobrir o segredo da vida. Ser amado por Deus e pelos irmãos são os frutos que colhemos. Este tema será abordado numa outra ocasião, assegurou Sônia.
Gilberto usou a palavra para explicar aos casais:
_ O motivo principal do encontro é ajudar vocês serem felizes. Por isso, a escolha é muito importante. “Se você não é capaz de convencer os seus pais sobre algo tão sério em sua vida é melhor esperar”, afirmou Gilberto. Espero que todos tenham escolhido ou terão ainda algum tempo antes do casamento para ajustar o que ainda não está bem, a fim de celebrar seu matrimônio com esperança de produzir bons frutos. Vamos para outra discussão.

Conhecendo melhor os casais e suas intenções

Aparecida motivou os participantes para que todos dessem a sua colaboração. Ninguém é obrigado a falar, porém acredito que todos aqui querem aprender e a partilha é a melhor forma de crescimento.
Jair, seu esposo, retirou de sua pasta uma lista de temas e perguntas para serem debatidas por todos. A primeira delas: Fale um pouco sobre sua família. Quantos irmãos você tem?
Fernando foi o primeiro a falar.
_ Tenho dois irmãos. Perdi o meu pai quando eu tinha quatro anos. Minha mãe é uma heroína ela cuidou de mim com carinho. Aprendi desde cedo a tomar conta da casa, pois minha mãe sempre trabalhou fora de casa.
Logo após, Laura argumentou:
_ Convivo com meus pais e minha irmã mais nova. Nossa convivência é boa. Minha mãe é enérgica, mas compreensível.
Débora prosseguiu o diálogo:
_ Meus pais são muito próximos de mim. Por outro lado, sinto-me insegura. Eles são muito ciumentos. Tudo tem que ser do jeito deles.
_ Kássio continuou:
_ Sou filho de mãe solteira. Fui criado com minha avó, por isso tenho o costume de chamá-la também de mãe. Hoje minha mãe vive num outro relacionamento. Somos muito amigos. Tenho uma irmãzinha por parte de mãe. Nosso relacionamento é bom.
Valentina tem um irmão mais velho. Disse também que seus pais eram muito exigentes.
_ Uma coisa que gosto neles é a determinação e a organização. Mas, às vezes eu sofro com isso.
Junior é o filho mais velho de uma família numerosa. Somos cinco irmãos. Dois irmãos e duas irmãs. Meus pais são separados. Atualmente vivo com minha mãe e mais duas irmãs menores. Os dois irmãos já são casados. Minha mãe é dócil e o meu pai é da paz. Não sei por que eles se separaram. Acho que faltou um pouco de Deus na vida deles disse o jovem.
Jair expôs suas ideias dizendo:
_ Muito boas suas apresentações. Vejam que cada um tem uma história. Vocês foram amados, acolhidos por seus pais e irmãos. Tiveram oportunidades de ajudar o próximo, os membros da família. Agora está diante de uma nova página do livro da existência de cada um. Vocês escolheram a pessoa que está do seu lado para escrever neste novo capítulo do livro. Vamos, pois responder mais uma pergunta. O que vocês gostariam de escrever no início deste novo capítulo do livro de suas vidas?
Junior foi o primeiro a falar.
_Quero escrever algo que possa me acompanhar todos os dias da minha vida.
Valentina acrescentou:
_ O que nós vamos escrever, não é verdade Júnior! (Junior sorriu). Eu penso em escrever junto com meu esposo uma história de amor. Que o nosso amor seja eterno, até que a morte nos separe.
Kássio interrogou:
_ Como é possível ser feliz no matrimônio, se cada um tiver pensamentos e desejos diferentes? Para mim é difícil responder esta pergunta acho que teria que escrever com tinta diferente. E os dois, ao longo da vida, vão ajudar-se mutuamente a ser feliz.
Débora argumentou:
_ Acho que é necessário ter equilíbrio. Só isso! Creio que o melhor a fazer é deixar claro que o matrimônio é uma história de respeito, compreensão etc.
Flávio rompeu o silêncio e disse:
_ Na introdução deste livro eu escreveria: “o que Deus uniu o homem não separa”. (Todos sorriram).
Fernanda, sua noiva, também deu sua colaboração:
_ Acredito que a diplomacia é muito importante. A indissolubilidade é uma questão de sabedoria. Só é possível para quem tem religião e vive o matrimônio segundo a vocação que Deus nos deixou. (todos participantes bateram palmas).
Laura continuou:
_ Meu pai é um homem simples e de bom coração. Ele nos ensinou que a paciência não pode faltar, A tolerância e companheirismo é a marca principal. Nunca vi meus pais discutindo. Acho que o principal é o diálogo. É conversando que se entende, afirmou Laura.
Para finalizar, disse Fernando:
_ Na introdução deste livro quero apenas escrever: serei fiel a minha esposa, para dar bom exemplo aos meus filhos e viver em paz com minha amada (neste momento deu um abraço e um beijo em sua amada).

As qualidades e os defeitos de cada um

Tomando a palavra, Aparecida iniciou mais um ciclo de debates dizendo:
_ Agora vamos falar de duas coisas: quais são suas qualidades e o que incomoda você. Seja sincero. Muitas vezes nossas qualidades são manias e o que nos incomodam são virtudes a serem alcançadas. Vamos começar com Kássio:
_ Eu sou muito observador. A as pessoas não presta atenção no que faz. Isso me incomoda.
_ Gosto de falar com as pessoas. Tenho vocação para estar no meio do povo, mas Kássio está sempre inventando desculpas. Isso é o que me incomoda, justificou Débora.
Valentina relatou que odeia cozinha.
_ Não nasci para isso. Prefiro trabalhar no escritório. Ainda bem que Junior gosta de cozinhar, senão eu estava perdida. (sorriu).
_ Eu gosto de cozinhar mesmo. Esse é quase um hobby, mas pode deixar que eu te ensino, disse Junior. O que eu não gosto é de ser paparicado. Comigo é assim, “ou oito ou oitenta”, acrescentou Júnior.
Laura prosseguiu o diálogo:
_ Gosto de cozinhar, fazer deliciosos pratos, não de futebol. Já Fernando adora assistir partidas de futebol. Uma de suas qualidades é reunir a turma para fazer aquele delicioso churrasco, porém odeia a mentira e a falsidade.
_ Está certo. Este é um hobby legal. Quanto à mentira, eu odeio. Não gosto nem mesmo de rodeios. Isso me irrita, concordou Fernando.
Andreia gosta de música. Ela é integrante de um coral em sua comunidade paroquial. Esta é uma de suas qualidades. O que ela odeia é a falta de pontualidade das pessoas para os compromissos. Gabriel gosta de fazer caminhada no parque e participar de maratonas. O que ele não gosta é de ser interrompido em suas aulas na academia.
_ Eu sou muito caseira. Gosto mesmo é de conversar com meus amigos no facebook, comentou Amanda. Pedro gosta de filmes e uma de suas qualidades é acolher bem as pessoas. O que eu não gosto é de desorganização, concluiu o jovem.
_ Bem, eu já gosto de ler livros. Uma das minhas qualidades é estar bem situado. Odeio ficar à margem da sociedade. Estou sempre conectado com o mundo, relatou Flávio.
Fernanda fez sua colocação:
_ Hum! O que eu mais odeio são as pessoas visitarem a gente sem avisar. Tenho poucas qualidades, mas me considero uma pessoa simples e humilde. Acho que eu sofro com isso, pois tenho paciência até demais.
Aparecida agradeceu a participação de todos e disse para os casais ficarem tranquilos. O objetivo do encontro é justamente o bem estar dos noivos. Se o início é bom, o meio e o fim serão ótimos.

Sugestões de novos temas a serem debatidos

Agora foi a vez de Sônia e Gilberto entrarem em ação. Foram eles os que motivaram os casais de noivos a pensar no matrimônio como um todo: vida familiar, trabalho, crescimento na fé e outros. Gilberto questionou:
_ O que vocês pretendem para o seu futuro? Quais assuntos vocês gostariam que a gente conversasse durante nosso encontro? Estamos aqui para ajudar vocês. Gostaria que todos falassem ou deixassem por escrito o que gostaria que fosse discutido nesses dias de preparação.
Fernando iniciou o discurso dizendo:
_ Gostaria que vocês falassem mais sobre a vocação ao matrimônio segundo a visão bíblica. Laura quis saber sobre a harmonia familiar. Ela acha que a oração ajuda muito o casal a viver unido no amor de Cristo.
Débora ficou pensando e depois disse:
_ Penso que devemos saber mais sobre a importância da religião na vida do casal.
Kássio concordou dizendo:
_ Creio eu que a participação do casal na vida de Igreja faz a diferença. Quem não vive unido a Cristo, dificilmente viverá bem o casamento.
Valentina relatou que sua mãe sempre deu exemplo em casa e trabalha na Pastoral Familiar. Ela acredita que se deve falar mais sobre o sacramento do matrimônio.
Júnior reclamou dizendo:
_ Os temas são muitos, mas não pode faltar: o carinho, a humildade, o perdão, a fidelidade, a lealdade, a sinceridade, a paciência, o diálogo, a compreensão, o comprometimento, a doação e a tolerância. Gabriel disse que está interessado em saber sobre o ciúme e a rotina no casamento. Enfim, sobre as dificuldades em geral: brigas, vícios, desentendimentos, tudo o que são obstáculos que impedem o casal a viver o matrimônio.
Fernanda estava interessada em saber sobre o Planejamento familiar. Quantos filhos o casal deve ter, de acordo com a lei da Igreja e o orçamento familiar. Pedro afirmou que um dos problemas mais grave da atualidade é quando tiver filhos e como educá-los, já que a mulher moderna trabalha fora de casa. Andreia está preocupada com a questão dos métodos anticoncepcionais, a questão do aborto e também deseja aprofundar o tema da sexualidade. A Má formação congênita e a educação dos filhos foram temas sugeridos por Flávio. Amanda estava interessada nos temas: o diálogo conjugal, a participação do casal na comunidade e a importância dos sacramentos na vida cristã.

Intervalo
Por que celebra o matrimônio na Igreja Católica?

Após um pequeno intervalo para o cafezinho, Olímpio iniciou o segundo círculo de debates.
_ Por que vocês desejam celebrar o matrimônio na Igreja Católica? Cada um tem sua opinião. É o que vamos discutir agora.
Francisca declarou:
_ A resposta deve girar em torno do novo estado de vida e da escolha como uma vocação. Vamos ouvir o que vocês têm a dizer.
Flávio argumentou que o matrimônio é uma missão, aberta à vida, geração das futuras gerações e o relacionamento íntimo entre o homem e a mulher produz bons frutos se há compromisso de ambas as partes. “Quero me casar para confirmar diante de Deus meu propósito de construir uma família de acordo com sua santa vontade”, disse o jovem.
Júnior explicou que não se trata apenas de uma ação pontual, mas um evento que envolve os cônjuges até que a morte os separe. “Por isso, penso que se é para sempre, deve ser feito diante de Deus e da comunidade”.
Valentina explicou que sacramento do matrimônio tem como origem o amor. É por amor que os jovens devem se casar. O amor é uma força que une o casal num só coração e numa só alma. Deus é quem une o casal. Por isso, não se trata apenas de um contrato entre duas pessoas, mas de uma aliança que envolve dedicação total. Ela é sagrada, pois deve gerar vidas.
_ Muito bem, Valentina. Você demonstrou ter muito conhecimento sobre o verdadeiro sentido do matrimônio. Então, podemos dizer que deseja realizar o matrimônio porque reconhece que é sagrado? Comentou Olímpio.
_Sim, disse Valentina. Eu creio no amor. E esse amor deve ser celebrado, vivido no mesmo amor de Deus.
Fernando ponderou dizendo:
_ Os cônjuges devem saber o que estão fazendo. Existem casos em que os noivos assumem o matrimônio porque desejam ser livres, querem fugir de uma situação desconfortante na casa dos próprios pais.
_ Eu concordo Fernando. Mas a pergunta agora é outra. Por que celebra o seu matrimônio na Igreja Católica? Questionou Francisca.
_ É muito difícil dizer em poucas palavras. Eu penso que celebrar o matrimônio é para satisfazer os gostos de minha esposa. Ela é muito religiosa. Tá certo que a gente vai receber as bênçãos de Deus. Mas, o que adianta celebrar bonitinho e depois em casa não fazer as coisas direito? Afirmou Fernando.
Olímpio franziu a testa e disse em tom firme:
_ Fernando, estamos aqui para aprender algo mais sobre o valor do matrimônio. Não se preocupe! Espero que até no final do curso você tenha uma opinião formada. Obrigado pela resposta.
Logo em seguida, Laura comentou que o matrimônio é uma oportunidade para alcançar a felicidade. Para ser feliz é necessária a bênção de Deus.
Débora argumentou que o casamento no Senhor é o caminho obrigatório para quem deseja viver santamente.
Gabriel confirmou dizendo:
_ “É uma aliança espiritual”. Sem Deus, o casal não vai muito longe.
Andreia afirmou que acredita em Deus e deseja celebrar porque deseja viver os mandamentos de Deus e da Igreja, participar dos sacramentos e fazer como manda o figurino.
Kássio apenas respondeu:
_ Para receber a bênção de Deus.
Amanda relatou que o casamento no Senhor é uma oportunidade não só para tirar fotos, convidar amigos, mas um momento de oração, de abertura a Deus: “Quem começa bem, termina bem. Sou uma pessoa religiosa e espero que a celebração do matrimônio seja um momento forte de Deus em nossa vida. Eu e o Pedro já escolhemos as músicas, as leituras, tudo de acordo com a liturgia, a fim de resgatar o sentido religioso”, afirmou a jovem.
Pedro confirmou dizendo:
_ Sempre foi o meu sonho casar na Igreja. Fui coroinha quando criança e agora faço parte do grupo de jovens. Casamento para mim é coisa séria, pois é Deus quem une o casal.
Júnior apenas concordou com as respostas e disse: eu quero me casar na Igreja porque sempre gostei das coisas certas.
Para finalizar, Fernanda afirmou que espera receber de Deus muita luz para cumprir essa missão tão exigente, mas que confia também em seu companheiro: “Quero celebrar nossa união de modo simples, mas que tenha aquela mística de oração e presença do divino em nossas vidas”, disse a jovem.
_ Muito bem, disse Olímpio, a gente vê por aí algumas justificativas que não colam. Por exemplo: pressão dos pais, casamento feito às pressas, bem estar apenas de um dos cônjuges, egoísmo. A questão principal é esta: abertura ao amor verdadeiro, recíproco e sólido. É o amor doação, compromisso que dura a vida inteira. Deus, por sua vez é quem nos dará a sabedoria, a força, o entendimento para vivermos bem a vocação do matrimônio.
Francisca, usando a palavra, convidou os casais da pastoral familiar para fazer parte do círculo, a fim de que eles também desse seu testemunho.
O sacerdote também expôs suas ideias:
_ Normalmente, quando eu atendo os noivos muitos deles não têm uma resposta ideal em relação ao ato celebrativo e à missão futura do matrimônio. Muitos afirmam que é para estar em dia com a Igreja, que o matrimônio no civil não é o bastante. Quero perguntar os casais da Pastoral familiar, por que vocês se casaram na Igreja? Disse o padre.
_ Vânia relatou:
_ O casal decide construir uma família juntos. Deverão também apresentar-se ao Senhor para receber suas bênçãos. Eu me casei não por que meus pais eram católicos, mas porque tinha convicções de que sem Deus não podíamos ir muito longe.
Fábio concordou acrescentando que o casamento será para ele não apenas um evento isolado, mas algo a serem vividos todos os dias.
_ Deus não se repete, testemunhou Jair. Se Deus está sempre do nosso lado nos protegendo, nos amando e perdoando, também nós devemos dizer sim aos irmãos, amando respeitando, sobretudo a nossa companheira.
_ Eu também penso assim, falou Aparecida, esposa de Jair. Creio que o casamento é uma decisão que tem o seu início quando os noivos dão o sim um ao outro perante o ministro, o qual representa a Igreja. Mas, os noivos devem ter a consciência de que estão diante de Deus a cada momento e quanto ao juramento, a celebração em si mesma é um acontecimento que se estende por toda a vida.
_ Nossa, como vocês foram profundos! Argumentou Sônia. Eu celebrei o matrimônio na Igreja católica porque acredito no sacramento, na força que ele traz em si, pois Deus prometeu estar unindo cada vez mais aqueles que com bons propósitos iniciam uma nova missão.
_ Fui formado com padres severos e muito sábios em matéria de sacramento. Sempre levei a sério as coisas de Deus. Para eu viver com uma mulher sem o casamento é algo muito estranho. Dá uma sensação de estar fazendo algo errado, acrescentou Gilberto.
Dirce continuou o diálogo:
_ Casamento de experiência, sem a bênção de Deus é algo natural, mas o sacramento eleva o casal e lhe dá a dignidade de experimentar uma aliança de amor, sendo fecundos não apenas na geração de simples criaturas, mas de filhos e filhas para Deus.
Evandro acrescentou, dizendo:
_ Gerar filhos para o Senhor é uma grande missão. Nós somos transmissores de vida. Portanto, a celebração é exigência da parte de Deus e também um direito de quem está desimpedido e é capaz desta nobre missão.
_ Vando declarou:
_ Meu Deus! Agora estou apertado. Depois destas respostas tão profundas. Quero dizer que concordo com tudo o que foi dito. A vida religiosa nos dá mais paz, segurança, energia e nos indica o sentido da vida.
Lenice acrescentou:
_ Quanto mais o casal se aproxima de Deus, mais ele encontra o caminho da felicidade. Celebramos o casamento na Igreja para receber as suas graças.
Francisca afirmou, dizendo:
_ No início eu não tinha noção do que estava acontecendo comigo. Eu pensava no matrimônio como tradição. Porque as pessoas sempre se casavam. Encontrei a pessoa certa e para mim a bênção do sacerdote foi o início de uma grande aventura. Tive sete filhos e se não fosse pela graça de Deus acredito que não estaria aqui. É só por Deus que a gente adquire forças para vencer na vida.
_ Agora é minha vez, disse Olímpio. O ser humano necessita deste momento celebrativo para tornar público o desejo de formar uma família no Senhor. A dimensão celebrativa faz parte da vida cristã. O casal que acredita no matrimônio monogâmico adquire maior dignidade quando é vivido no amor de Deus.
_ Quero aproveitar a presença do Padre José e pedir que ele também fale para nós sobre a celebração do matrimônio, disse Lenice.
_ Muito obrigado! Respondeu o sacerdote. Por meio do rito, os cônjuges manifestam seus consentimentos em consciência pura, a fim de oferecer a Deus suas alegrias, lutas, bons propósitos e tudo que possa dar garantias de um matrimônio feliz. Por isso, a Igreja recomenda: antes da celebração, os noivos devem estar em paz. Que eles façam uma boa confissão individual para acolher com amor seu cônjuge, como também participar da Eucaristia, que é o sacramento de comunhão (C.IC. 1622).
Fernando perguntou:
_ Por que precisamos nos confessar e receber a eucaristia no dia do casamento?
No momento da celebração, os cônjuges recebem a bênção nupcial, que é a descida do Espírito Santo sobre eles, a fim de manifestar a comunhão com o Senhor e ser investido de força, dinamismo para que a missão seja realizada de acordo com a Vontade de Deus (C.I.C.1624). Os noivos deverão estar preparados para receber esta graça. A eucaristia dá força para o casal, explicou Pe. José Antônio.
_ Muito bem, padre José. Gostei da explicação, como a de todos os casais, afirmou Fernando. Mas eu tenho uma dúvida: e quanto ao matrimônio na comunidade? O senhor é a favor ou contra um casal celebrar o casamento numa chácara ou clube?
_ Olha, Fernando, em primeiro lugar os noivos sabem que chácaras e clubes são para realização de outros eventos. O casamento é um sacramento. O médico não vai fazer uma cirurgia numa pessoa em sua casa. Nós cristãos devemos saber que a Igreja é o local mais adequado. Afinal, a Igreja enquanto comunidade tem a alegria de receber os noivos e apresentá-los ao Senhor. Num clube ou numa chácara tenho a impressão de que a mística do casamento cristão cai por terra ou quem sabe perde boa parte de seu significado acrescentou Pe. José Antônio.
_ Dirce relatou que o matrimônio é uma aliança realizada entre o homem e a mulher para formar uma nova comunidade de amor, aberto aos filhos e à Igreja. Depois do casamento aparecem os filhos. E vocês devem levá-los para serem batizados. Já pensou que alegria quando vocês disserem aos seus filhos: nós nos casamos aqui nesta Igreja onde vocês foram batizados.
_ Eu não entendi o termo “Igreja Doméstica”. O senhor pode nos explicar, observou Laura.
_ Muito bem! Ser Igreja é ser templo de Deus, morada do Altíssimo. Se Deus habita em seu interior, então vocês vão se tornar fecundos. Já pensou a grande alegria no céu quando os anjos de Deus contemplam lá de cima seus filhos e filhas, seguindo o caminho certo, buscando a felicidade, partilhando o mesmo pão, obedecendo aos mandamentos e sendo fiel na aliança conjugal. Eis a verdadeira Igreja Doméstica, acrescentou o sacertote.
Tem gente que se casa numa Igreja bonita, às vezes longe de sua comunidade paroquial. O que o senhor me diz? Perguntou Débora.
_ Eu creio que é um direito dos noivos, pois existem igrejas muito pequenas e às vezes de difícil acesso. Por exemplo: pouca comodidade, falta de estacionamento e até mesmo a questão estética. Mas, sou a favor, na medida do possível que os noivos celebrem seu matrimônio na comunidade paroquial a qual pertence. Se os noivos moram em comunidades distintas, têm duas opções. Mas isto é apenas uma opinião, respondeu Pe José Antônio.
_ O que é mais importante, caríssimos noivos, é compreender que a Comunidade paroquial se sente feliz em receber vocês. Na presença do assistente qualificado do matrimônio, que é o sacerdote ou o diácono ou um leigo preparado para isto, vocês vão celebrar um evento para toda a vida. Não se preocupe com o embrulho. O essencial é o conteúdo, garantiu Gilberto.
_ Se vocês compreenderem o significado do matrimônio levarão para suas vidas motivações recheados de sentido, com promessas de felicidade. Assim diz o documento da Igreja chamado Lumen Gentium, luz dos povos: “A união e a fecundidade de Cristo com a Igreja constitui o modelo da união da fecundidade do marido com a mulher, também na exigência da dedicação total até ao sacrifício, como expressão do amor definitivo” (LG 11), concluiu Sônia.

O consentimento

Lenice fez o uso da palavra dizendo:
_ Agora vamos refletir sobre o consentimento. Ele deve ser dito de maneira livre, sem nenhuma coação interna ou externa. A palavra de Deus nos ensina: “por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne” (Mt 19, 4).
Vando lembrou que o matrimônio tem como base o consentimento livre dos contraentes, isto é, na vontade de se doar mútua e definitivamente para viver uma aliança de amor fiel e fecundo (GS 48 e Cân. 1057).
_ Alguém gostaria de comentar? Questionou Vando.
Flávio perguntou:
_ Qual é a diferença entre consentimento e juramento?
_ O juramento é uma promessa que você faz a uma pessoa por toda vida. O consentimento é a aceitação daquilo que está sendo proposto. O juramento não é simplesmente uma declaração de amor. É um ato que exige consciência clara em relação ao que está fazendo, afirmou Vando.
Se o noivo estiver bêbado, o juramento é válido? Questionou Débora.
_ Não, afirmou padre José. Trata-se de uma atitude imatura por parte dele.
_ O juramento está ligado à indissolubilidade e fidelidade? Perguntou Valentina.
_ Os noivos deverão dizer “sim” ao cônjuge por toda a vida. Este sim requer maturidade e responsabilidade. O juramento é um pacto entre os cônjuges, selado diante de Deus, e de toda comunidade. A fidelidade exige constância, afirmou padre José.
_ Quer dizer que são duas coisas. Eu preciso ser fiel a todo o momento e em todos os dias de minha vida, disse Valentina.
_ Sim. A qualidade do relacionamento passa obrigatoriamente pela estrada da fidelidade, argumentou Lenice. Vocês devem confiar cada dia mais em Deus que une o casal no amor e no respeito.
_ Quem busca abrigo em Deus, mesmo nas dificuldades, consegue ser fiel e produz bons frutos na vida conjugal, acrescentou Marta.
_ Qual é a parte mais importante da celebração do casamento? Perguntou Gabriel.
_ É justamente o consentimento. Os noivos acolhem o cônjuge dizendo: “Eu N. te recebo, N. como meu esposo (a). E te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te todos os dias da minha vida”, respondeu Pe. José Antônio.
_ Lembrem-se, prezados noivos: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Enfim, em todas as circunstâncias da vida, acrescentou Vando.
_ Creio eu que o amor e o respeito são atitudes básicas no matrimônio. Depois que prometeu, tem que cumprir, defendeu Aparecida.
Jair assegurou que o sonho de Deus é a união das pessoas. O casal que permanece unido, em meio às tempestades do mundo atual merece uma medalha de ouro.
Terminada a reflexão sobre o consentimento, Lenice convidou a todos para um cafezinho. Os trabalhos foram retomados 15 minutos mais tarde.

Como é visto o matrimônio na atualidade?

Pe. José Antônio retomou os trabalhos falando sobre o matrimônio na atualidade. Vivemos num contexto difícil, onde o individualismo, as mudanças em todos os níveis da sociedade, a dessacralização das pessoas, a era do provisório, são os vilões que impedem os cônjuges viverem unidos no amor de Cristo.
_ “Não nascem cônjuges exemplares e perfeitos, nem tampouco nascem pais autênticos”. Eles se transformam em cônjuges e pais autênticos a partir do momento em que passam a acreditar no matrimônio, segundo as orientações cristãs, afirmou Olímpio. Sua esposa, Francisca comentou:
_ Muitos casais acabam esbarrando em uma série de obstáculos, tornam-se pais amargos e criam estranhos em casa própria. Pior, quando eles se tornam estranhos entre si. Gostaria que vocês apontassem alguns obstáculos que impedem os jovens a querer assumir o matrimônio como uma verdadeira vocação.
_ Acho que eles têm medo de se comprometer e não acreditam que é possível viver a santidade no matrimônio, arriscou Amanda.
Kássio enfatizou que os filhos não querem sair de casa para constituir família ou quando saem é para viver outro estilo de vida, contrário aos ensinamentos da Igreja. Eu, por exemplo, tenho de tudo em casa. A vida é muito cômoda. Apesar de ser criado com minha avó, sempre fui o protegido. Por isso demorei tanto para assumir o matrimônio. (todos sorriram).
_ As pessoas não veem o matrimônio com bons olhos porque há muita infidelidade e imaturidade. O respeito e o amor são atitudes que não contam, relatou Pedro.
_ O contra-testemunho não apenas destrói a vida familiar, mas também se transforma em obstáculo às futuras gerações. Muitos jovens desacreditam da sacralidade do matrimônio e veem o matrimônio como uma realidade distante e quase impossível, afirmou Flávio.
_ Fernanda acrescentou:
_ Existem muitas pessoas que acreditam nas promessas matrimoniais e lutam com todas as forças, a fim de conservar, promover e defender o matrimônio de todos os males.
_ Não vamos ser tão negativistas. Sabemos que o futuro da humanidade passa pelas famílias. Nossa missão é refletirmos juntos a fim de encontrarmos pistas seguras para a vivência do matrimônio cristão, disse Pe. José Antônio.
Marta lembrou a todos que o mundo mudou. Existem valores cristãos que já não são mais referência para os jovens. Diante das mudanças, a Igreja é convidada a descobrir os meios para promover a dignidade da pessoa, combatendo o egoísmo e superando a todo tipo de consumismo. A pessoa humana não é objeto a ser usada e depois descartada.
Olímpio concluiu;
Não adianta colocarmos a culpa na sociedade atual. Primeiro, convido aos noivos lançar seu olhar para Deus. Deus conhece as respostas e é capaz de nos inspirar palavras, idéias e ações concretas, a fim de que a sua família possa crescer e ao mesmo tempo ser sinal de paz, amor e, acima de tudo evangelizadora.

Qual é a relação entre o Sacramento do Matrimônio em relação e Santíssima Trindade

O segredo do Matrimônio é revelado, manifestado e celebrado diante do altar de Deus. No espaço onde vive a família, a Santíssima Trindade é muito mais que modelo. Ela é fonte a jorrar. Quem permanece unido no amor de Deus terá as respostas para todos os desafios, afirmou Evandro.
Dirce leu um trecho do Documento de Aparecida:
_ “Na comunhão de amor das três Pessoas divinas, nossas famílias têm sua origem, seu modelo perfeito, sua motivação mais bela e seu último destino” (DA 434).
Os noivos demonstraram interesses em refletir sobre a Santíssima Trindade, porém, alguns ficaram na dúvida.
_ Não entendi bem o sentido dessas palavras. Alguém poderia me explicar melhor, reclamou Laura.
_ Pois não, Laura, disse Pe. José. Vou dar uma explicação. No livro dos Gêneses encontramos uma passagem que diz: “o Espírito pairava sobre as águas..." No princípio era o Verbo... Deus é a origem, o criador de todas as coisas. Ele também nos acompanha e nos aguarda no fim de nossa existência. O fim do homem é a comunhão com Deus. Portanto, Deus é o espírito que gera vida, é a Palavra que salva. Jesus Cristo é esta Palavra gera nova vida. E, finalmente, o Espírito Santo, que é luz, amor, verdade. Deus é comunhão. Deus é família. Por isso, os casais devem, naturalmente, buscar a comunhão e evitar todo e qualquer tipo de divisão.
Lenice argumentou que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus Uno e Trino. Deus disse: “façamos o ser humano...” (Gn 1, 26). Esta é uma verdade revelada. Deus é amor em forma de família. Quando o casal ama verdadeiramente, vive a harmonia conjugal.
Vando relatou que em Cristo, participamos da vida trinitária (Jo 17, 11-23), pois ele mesmo é quem nos envia para vivermos em comunhão com o Pai e seu Espírito de amor.
Fabio pediu o uso da palavra para dizer:
_ Já faz algum tempo quando eu e Vânia fizemos um retiro espiritual. Lá o pregador dizia: ‘quando nós amamos, somos imagens e semelhança de Deus’. O amor é tudo. Quem ama sabe o segredo de estar a serviço do outro e a viver de acordo com a vontade de Deus.
Pe. José Antônio completou:
_ O matrimônio é um evento trinitário, uma vez que a Trindade Santa se manifesta de forma plena na vida do casal, tornando-o capaz de gerar vida nova entre eles, consequentemente serão transformados em colaboradores da vida humana, já que o dom dos filhos é sempre uma benção de Deus.
_ Eu me recordo de uma passagem bíblica que diz: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Quando o casal está unido a Cristo produz muitos frutos, afirmou Débora.
Kássio declarou que o Espírito Santo é como a seiva que leva energia para o casal, a fim de produzir o amor, a paciência, a bondade, etc.
_ Está certo, Kássio. Continuemos a falar sobre o matrimônio numa perspectiva bíblica, disse Fábio.

O que a bíblia diz sobre o casamento?

Deus criou o homem e a mulher para serem fecundos. “Sede fecundos, crescei-vos e multiplicai-vos...” (Gn1, 26-28; 31ª:). O homem e a mulher são duas partes que se encaixam perfeitamente. Eles foram criados para viver unidos, um complementa o outro (a), explicou Fábio. Vânia recordou de um pormenor importante: a união de um homem e de uma mulher só será fecunda se há entrega sincera e corajosa.
Amanda quis saber de um detalhe sobre o porquê a mulher foi criada da costela de Adão. Fábio pediu ao Pe. José Antônio que lhe dessa explicação.
_ Veja, Amanda, no Talmude, livro... Encontramos uma explicação: a mulher não foi feita de um pedaço da cabeça do homem para está acima dele e nem do pedaço de seus pés, para ser submissa, mas da costela para ser protegida e amada. Dissemos que a mulher foi feita da costela para ser companheira, para caminhar ao lado do marido, explicou o sacerdote.
_ Está escutando Júnior, a mulher não foi criada para estar num plano inferior. Tudo é questão de equilíbrio, lembrou Valentina. (muitos caíram na gargalhada).
_ É verdade, mas tem mulher que precisa ser puxada para cima, pois se deixar não faz nada, afirmou Fernando.
_ Também tem certos homens que precisam ser puxados para baixo. Não é mesmo querido? Acrescentou Laura.
_ Não se preocupe. Voltaremos a falar sobre esse assunto numa outra oportunidade. Por enquanto, necessitamos conhecer melhor o que a bíblia nos diz sobre o matrimônio, argumentou Vânia. A bíblia diz: O homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e formarão uma só carne (Gn2, 18-24). Eis aqui o início de uma nova vida. Quando os noivos atingem a maturidade, são convidados a “deixarem”, ou seja, cortar o cordão umbilical da dependência dos pais para viver uma nova vida. Tudo isso implica coragem, dinamismo e heroísmo.
Pedro fez o uso da palavra dizendo:
_ Meus pais me prepararam para a vida. Eles nunca deixaram nada faltar em casa, mas nos ensinou a crescer independentes. Por isso, eu estou certo de que serei capaz de cumprir a missão do matrimônio. Acho que este é o momento certo.
_ Se o casamento é assim tão exigente, ainda não me sinto preparada. Eu não consigo viver sem meus pais. Se não for para morar perto deles não dá, afirmou Andreia.
_ Tudo bem, Andreia. Eu entendo que você tem um carinho especial por seus pais. Mas não se trata de abandoná-los. Eu compreendo você, argumentou Gabriel.
_ É preciso ter cuidado Andreia. Às vezes você está entendendo errado. Todos os casais devem manter um relacionamento sadio com seus pais (sogros). Só não vale ser dependentes demais. O casal tem que ter vida própria, ponderou Marta.
_ Como sacerdote, ajudo os casais em seus desafios. Quando não há maturidade, ambas as partes acabam sofrendo. Tempestades em copos d’água, intrigas, ciúmes, brigas, enfim, tudo vem à tona. Quando há confiança e diálogo entre o casal, as soluções são encontradas sem muitos esforços, concluiu Pe. José.

O amor conjugal deve ser vivido à semelhança da aliança entre Deus e Israel
Francisca iniciou um novo tema dizendo:
_ Agora vamos ouvir um texto do Código de Direito Canônico que contém a lei da Igreja: “Examinando a aliança de Deus com Israel sob a imagem de um amor conjugal exclusivo e fiel, os profetas prepararam a consciência do povo eleito para uma compreensão mais profunda da unidade e indissolubilidade do Matrimônio. Os livros de Rute e de Tobias dão testemunhos comoventes do elevado sentido do casamento, da fidelidade e da ternura dos esposos” (cf. C.I.C 1611).Meu esposo (Olímpio) vai ler para nós um trecho do livro de Tobias:
“Antes de coabitarem, Tobias pediu que Sara, sua esposa rezasse com ele, a fim de que o Senhor lhes concedesse misericórdia e salvação: “Tu és bendito, Deus de nossos pais, e é bendito o teu nome pelos séculos dos séculos. Bendigam-te os céus e toda a tua criação por todos os séculos. Tu fizeste Adão e lhe deste como auxiliar e amparo Eva, e de ambos surgiu a descendência humana. Foste tu que disseste que não era bom o homem ficar só: façamos para ele uma auxiliar que lhe seja semelhante. Agora, não é por luxúria que me caso com esta minha irmã, mas com reta intenção. Tem misericórdia de mim e dela, e que possamos chegar, ambos, a uma ditosa velhice” (cf. Tb 8, 5-7).
_ Alguém pode tirar para nós uma mensagem deste texto? Questionou Francisca.
Fazendo o uso da palavra, Gabriel recordou um fato interessante: o casal rezou antes das núpcias. Os dois louvaram ao Senhor.
_ Tobias reconheceu que Deus os fez a sua imagem e semelhança, disse Valentina. Junior acrescentou:
_ Tobias lembrou que não era por luxúria, mas por reta intenção que acolheu Sara em seu leito.
_ Está certo, respondeu Francisca. Um detalhe importante é o desejo de Tobias de permanecer unido a sua esposa até a velhice. Agora vamos ver o texto tirado do livro do Cântico dos cânticos. Ele nos fala do amor humano, visto que é reflexo do amor de Deus, amor "forte como a morte", que "as águas da torrente jamais poderão apagar" (Ct 8,6-7).
_O livro Cântico dos cânticos poderá ajudar os casais na vivência sadia e frutuosa de seu matrimônio. Cabe os casais terem acesso a este texto e interpretá-lo de modo correto, a exemplo do amor entre Deus e o seu povo, relatou Olímpio.
Quanto ao livro de Rute, ele também ensina os casais. "Aonde fores, eu irei; aonde habitares, eu habitarei. O teu povo é meu povo, e o teu Deus, meu Deus." (Rt 1,16), afirmou Francisca.
O matrimônio na Nova Lei de Cristo
Prosseguindo o encontro Gilberto falou que o matrimônio é uma grande festa, um encontro entre duas pessoas que também, juntamente com a comunidade. Neste encontro Jesus se faz presente como o convidado especial. O sacramento do matrimônio é um sacramento da presença de Jesus, esposo de sua Igreja. As Bodas de Caná nos inspiram a viver unidos a Cristo.
Sônia fazendo uso da palavra, afirmou que o matrimônio adquiriu um novo sentido em Cristo. O cristianismo resgatou a dignidade do sacramento do matrimônio. “A aliança nupcial entre Deus e seu povo de Israel havia preparado a nova e eterna aliança na qual o Filho de Deus, encarnando-se e entregando sua vida, uniu-se de certa maneira com toda a humanidade salva por ele, preparando, assim, "as núpcias do Cordeiro” (Ap 19,7 e 9; CIC n. 1612).
_ As núpcias do Cordeiro são as núpcias de Cristo. Ele ofereceu sua vida por sua esposa, a Igreja. Ele quis que a humanidade fosse inserida no grande mistério de amor do Pai. Enviando o Espírito Santo nos dá garantia de permanecermos unidos e produzirmos muitos frutos, acrescentou Gilberto.
Flávio interveio com uma pergunta:
_ O primeiro milagre que Jesus realizou foi numa festa de casamento. A senhora pode nos ensinar mais sobre este grande acontecimento?
_ Sim, respondeu Sônia. O casamento entre um homem e uma mulher é também símbolo das núpcias do Senhor com toda a humanidade. Jesus realizou o milagre, não para que todos bebessem mais vinho, mas para que acreditassem nele. O casal que convida Jesus para habitar em sua casa terá vinho em abundância. Em outras palavras, o vinho que Jesus não deixa faltar em nossa casa é o vinho da alegria.
_ Fernando quis saber mais detalhes sobre o casamento cristão na visão de São Paulo. Parece-me que São Paulo tem uma lição para os casados. Em qual passagem podemos encontrar?
_ São Paulo compara a união matrimonial com a união de Cristo e à Igreja. Os cônjuges são chamados a viver unidos no amor de Cristo, respondeu Pe. José.
Para sintetizar, o sentido do matrimônio poderá ser encontrado quando o casal vive, celebra e crê em Jesus como Senhor como Senhor de suas vidas. O afastamento de Deus terá como consequência, os frutos amargos da infidelidade, concluiu Aparecida.
Sônia leu to texto de são Paulo aos Efésios que fala da submissão da mulher em relação ao homem, mas também submissão do homem em relação à mulher. O apóstolo diz: “Sejam submissos uns aos outros no temor a Cristo”. Repare que não se trata de uma submissão cega. A expressão “temor a Cristo” mostra ao casal que os dois deverão amar com a mesma intensidade. O homem deve amar sua esposa como Cristo amou a sua Igreja, dando a vida por ela (Ef 5, 21ss). Será que a esposa também é capaz de amar o esposo ajudando-o, a fim de que ele seja melhor?
Lenice respondeu:
_ Creio que os dois deverão conhecer mais o evangelho e o modo de como Jesus amou sua Igreja. A mística do matrimônio está justamente nessa entrega de Deus em favor de seu povo.
Gilberto acrescentou:
_ O marido deve amar a sua esposa como o seu próprio corpo. Jesus se identificou com a Igreja a ponto de viver em comunhão com ela, para além do tempo. Ele deu sua vida por ela e continua a dar. Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria a minha esposa. Ela seria a minha escolhida em todas elas.
Para encerrar esta parte, quero dizer que os casais devem amar-se mutuamente, como a si mesmo. Esta é uma medida boa, porém, se quiseres ser perfeitos deverão doar a vida, amar o cônjuge mais que a si mesmo. Esta é a grande novidade da Lei de Cristo, concluiu Sônia.
O amor conjugal

O Novo Testamento fala do amor como atitude essencial do cristão. O casal cristão é chamado a amar e servir o próximo ao invés de dominá-lo, abrir mão dos direitos, a fim de ajudar o outro, o cônjuge e os filhos, afirmou Jair.
Jair encorajou os noivos a lerem o Sermão da Montanha dizendo: se os casais colocassem em prática os ensinamentos viverá bem o seu matrimônio (Mt 5, 1-12).
Dirce ponderou:
_ A arrogância, a auto-suficiência por parte dos cônjuges ou apenas um deles poderá destruir o matrimônio em pouco espaço de tempo. “Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes” (Tg 4, 6).
Laura questionou a todos:
_ Em que consiste a humildade? De que modo possamos colher o fruto da humildade em nossas vidas?
Aparecida respondeu:
_ “Eu não vim para ser servido, mas para servir” (...), disse Nosso Senhor. Reparem que os galhos das árvores mais baixos são os que estão mais carregados de frutos. Se o casal aprende com Jesus, que é manso e humilde de coração (Mt 11, 29) com certeza colherá bons frutos.
Pe José argumentou:
_ Responder imediatamente os e-mails que recebem; reconhecer atos de bondade que lhe são dirigidos; ser grato por pequenos favores; nunca se esquecer de pagar dívidas nem de apresentar um pedido de desculpas, quando necessário; ser pontual, ordeiro; e tudo o que pegar para fazer, faça da melhor maneira possível e com todo o coração. Eis algumas dicas para sermos humildes.
Jair se lembrou de uma passagem bíblica:
_ Os maridos deverão tratar suas esposas com dignidade, a fim de que suas preces sejam ouvidas por Deus (1Pd 3, 7).
Imediatamente Kássio reagiu:
_ As mulheres também devem amar seus maridos com dignidade, a fim de que aja sempre paz no lar.
_ No matrimônio, o homem é o rei e a mulher, a rainha. Ambos têm o seu trono, seu lugar e sua missão. Por isso, o respeito e o amor nunca poderão faltar. São estas as atitudes de um casal feliz, afirmou Dirce.
Evandro assegurou que o casal deve permanecer unidos no amor de Cristo, para afastar de si toda ira, gritaria e todo o tipo de maldade em relação ao cônjuge (Ef 4, 31). O verdadeiro amor “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (1Co 13.6).
Lenice lembrou uma passagem do livro de Efésios: “Sede, pois imitadores de Deus, como filhos queridos. Vivei no amor, como Cristo também nos amou e se entregou a Deus por nós como oferenda e sacrifício de suave odor” (Ef5, 1-2).
Amanda concluiu dizendo:
_ “Tudo seria bem melhor, se Natal não fosse um dia e se as mães fossem Maria e seus pais fossem José. E se a gente parecesse com Jesus de Nazaré”. Todos bateram palmas.

Prosseguindo Pe José falou:
_ Quanto maior a diferença, maior deve ser o amor entre os cônjuges. O homem complementa a mulher, que é a sua “cara metade”. A mulher, sem perder sua originalidade, acrescenta à vida do esposo o que ela tem de melhor. Os dois vão ser enriquecidos num processo recíproco de entrega e dedicação mútua.
Quem ama tem consideração pelo outro. A consideração do outro como pessoa, a comunhão de duas pessoas e o ato de querer o verdadeiro bem para a outra pessoa são aspectos importantes do amor conjugal, explicou Dirce.
_ O que significa ter consideração? A consideração está ligada ao respeito? Perguntou Gabriel.
_ A consideração é um ato de estima, saber que o outro é importante e tratá-lo como se fosse a si mesmo. Melhor ainda, amando como Cristo amou e como amamos o próprio Cristo, respondeu Pe. José Antônio.
_ O que significa considerar o outro como pessoa? Qual é o conceito de pessoa? Perguntou Júnior.
_ Pessoa é um ser consciente, responsável por seus atos. Tratar alguém como pessoa é reconhecer os seus direitos e amá-lo com atitudes concretas, concluiu Pe. José.
Evandro expôs as ideias do Papa Paulo VI. O amor conjugal deve ser:
a) Amor total: não somente pelo que recebe dele, mas por ele mesmo e pela oportunidade que tem de enriquecê-lo com o dom de si próprio. É partilha de tudo, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas;
b) Fiel e exclusivo: até a morte, no caminhar lento do dia-a-dia na vida a dois. Testemunho do amor de Cristo, sobretudo nos momentos difíceis;
c) Fecundo: amor que não se esgota nem se fecha entre os dois, mas dá continuidade com novas vidas.
_ Acho que eu compreendi. A pessoa vale por aquilo que ela é, não apenas o que ele faz. Tudo o que a esposa puder fazer pelo esposo, por amor é bem vindo, afirmou Fernando.
Flávio acrescentou:
_ E seja bem-vindo todo carinho da esposa em relação ao esposo.
_ O amor conjugal é simétrico, argumentou Olímpio. Esta palavra significa colher na mesma proporção. Eu amo e espero ser amado. Isto significa amor condicional. Simétrico é receber proporcional ao trabalho. Amar de modo assimétrico é amar sem medidas e sem fazer cálculos.
_ Vi num livro da Pastoral Familiar o seguinte ensinamento: “O amor exige a totalidade no espaço e no tempo. O amor, quando autêntico, é integral e eterno. Não se pode compreender ‘Eu te amo com a metade de meu coração’ ou ‘Eu te amo muito, muito, mas só até o mês que vem!’” (D. Rafael Cifuentes), comentou Amanda.
_ Não basta gerar filhos biológicos para ser fecundo. É necessário gerar filhos para o Senhor, educando-os na lei de Cristo, de acordo com o evangelho, acrescentou Olímpio.
Francisca concluiu:
_ Quem faz cálculos do carinho recebido pelo cônjuge, certamente vai querer muito além do que é capaz de ofertar. O egoísmo gera insatisfação. O cônjuge nunca está contente com o que recebe do companheiro (a). Ao contrário, quem ama de verdade não faz contabiliza momentos de prazer ou de luta. A pessoa madura está disposta a fazer o cônjuge feliz.
Características do amor conjugal?
_ Vamos refletir sobre as características do amor conjugal, disse Olímpio. Peço ao Pedro que leia para nós um trecho do Catecismo da Igreja Católica. "O amor conjugal comporta uma totalidade na qual entram todos os componentes da pessoa apelo do corpo e do instinto, força do sentimento e da afetividade, aspiração do espírito e da vontade" (C.I.C. n. 1643).
_ Quer dizer que o amor conjugal é mais exigente do que o amor em relação aos irmãos? Perguntou Fernanda.
_ Seguramente, Fernanda. O marido é mais que parente da esposa. Ele é “osso de seus ossos, carne de sua carne” (Mt 19, 5s). Por isso, o que caracteriza o amor conjugal é a doação total de si ao cônjuge. Tudo o que passa disso é apenas uma aventura a dois, respondeu Pe. José.
_ Um coração e uma só alma, afirmou Flávio. Quer dizer que no matrimônio o casal deve viver exclusivamente um para o outro?
_ É verdade Flávio, o amor conjugal exige que os dois se amem de modo autêntico e que estejam abertos aos filhos, unido no amor de Cristo, respondeu Olímpio.
_ Agora estou entendendo o discurso sobre a felicidade, comentou Júnior. Quem deseja ser perfeito, deve imitar Cristo. Foi ele quem nos amou, dando sua vida por nós, mesmo sabendo de nossos defeitos. Apesar dos defeitos da esposa devo amá-la como Jesus amou a sua Igreja.
_ Isto mesmo Júnior. Toda a nossa vida deve ser empenhada. Não existe marido somente nas horas de alegria, disse Aparecida. Ele é chamado a ser o esposo nota dez a todo o momento. A mulher também. Tudo o que diz respeito à missão do casal, os dois devem agir simultaneamente, cada um com suas qualidades e defeitos, porém firmes nos bons propósitos.
_ Retornemos aquele discurso sobre a pessoa, prosseguiu Gilberto. Tratar o outro como pessoa é assegurar o direito e a dignidade que ele tem como ser único. Coloque-se no lugar da outra pessoa e faça a seguinte pergunta: se eu estivesse em seu lugar o que faria ou de que modo gostaria de ser tratado? Ter consideração pelo outro é usar de compaixão. Procure responder outra pergunta: o que eu posso fazer por você? E agir com determinação.
_ Penso que o cônjuge deve fazer perguntas para saber os gostos de quem está do seu lado. Às vezes a rotina cansa. Por exemplo: se a esposa gosta de ir à pizzaria e o marido atende o seu pedido. Pode ser que um dia até mesmo a esposa cansa de satisfazer seu próprio desejo, reclamou Valentina.
_ Já ouvi um caso interessante, acrescentou Pe. Jose. Certa vez um senhor perguntou a mulher: o que você não gosta em mim? Depois de muita insistência ela confidenciou: “eu não gosto do seu bigode”. O marido deu um grito e disse: mas eu também não gosto! Eu pensava que você gostasse, pois quando nos conhecemos eu usava bigode! (todos sorriram).
_ O diálogo é fundamental. Eu procuro sempre falar com Kássio e ele tem paciência comigo. Espero que essa atitude dele não venha a faltar depois do matrimônio. É conversando que a gente se entende, argumentou Débora.
Pe José fez o uso da palavra dizendo:
_ Gostaria que vocês ouvissem um texto retirado do livro “Sob o olhar de um católico”. Pedimos o Gabriel para ler em voz alta:
A comunhão de duas pessoas exige respeito e simpatia. Não seja intrometido. Não faça piadas para menosprezar ou ridicularizar o outro. Cada um tem direito de privacidade e ser amado, acolhido e valorizado. O intrometido, com suas queixas e críticas poderá arruinar o relacionamento conjugal. Seja educado! Não seja rude! Ouça sempre o seu cônjuge e não apenas espere sua vez de falar. Mergulhe em seu interior, descubra seus sonhos, suas vontades, seus projetos. Agindo assim, terá mais chances de viver em harmonia. (pág. 85-97).
_ Para mim a simpatia é tudo. Odeio quando uma pessoa fica investigando a vida da gente. Parece que não tem confiança. Ou pior ainda, quando deseja saber as coisas para depois permanecer por cima, levando vantagens em tudo, enfatizou Andreia.
_ Às vezes, Fernando não tem paciência comigo. Admiro suas qualidades, seus propósitos. Mas ele quer tudo de uma vez. E quando não consegue, fica nervoso, acrescentou Laura.
_ Tudo é questão de tempo, Laura. O amor é paciente. Se ele não tem tanta paciência, você poderá ajudá-lo a produzir paciência. Calma, as agressões e violência no lar começam com palavras, desentendimentos e acabam abrindo espaços para brigas. Nunca perca o controle da situação, explicou Fábio.
_ Para mim a educação é tudo, disse Kássio. Existem pessoas que são agressivas, mas são educadas. Com jeitinho se amansa feras selvagens. Precisamos conhecer melhor o temperamento de uma pessoa, seus sonhos e projetos. Se estamos sempre dispostos a ajudá-las, não há razão e nem espaços para desentendimentos.
_ Creio que no matrimônio o marido e a mulher têm o seu trono, relatou Pe José Antônio. Tenho a impressão que um dos dois tem medo de perder a liberdade. O trono é uma forma de dizer: este é o meu espaço. Por um lado, os dois devem olhar na mesma direção, porém cada um vê de maneira única. Aqui está a riqueza do casal. Se um é mais racional e o outro mais sentimental, é só repartir um pouco o que um tem de sobra e os dois viverão o equilíbrio permanente.
_ Entre eu e Pedro não há muita diferença. Acho que o nosso desafio é saber compreender as pessoas, os parentes e aprender com eles. Somos um casal tranquilo, mas temos dificuldades de nos relacionar com pessoas mais atiradas e até mesmo mais sentimentais, assegurou Amanda.
_ Entre eu e Flávio também somos equilibrados, mas penso que devemos aprender mais com Amanda e Pedro, pois não suportamos pessoas que são muito calmas relatou Fernanda. (todos sorriram).
_ Eu e meu noivo Gabriel, devemos aprender um pouco com os dois casais que acabaram de falar. Acho que estamos no meio do sanduíche. Não somos tão nervosos, mas nem parados demais. Acredito que falta uma pitada de determinação e um pouco de calma em nossas ações, confidenciou Andreia.
_ O importante, caros noivos, é querer o bem para outra pessoa é acolhê-la em sua individualidade, respeitando sua cultura, sua idade, religião, sua filosofia de vida, porém, procure juntos os pontos em comum. Viva bem a religião, caso ele for de outra confissão religiosa, não crie polêmica. Não seja controlador de seu cônjuge. Tenha confiança e o deixe sempre livre para viver sua vida e ser ele (ela) mesmo (a). Não seja vingativo. Perdoe sempre e queira sempre ajudar o cônjuge, concluiu Marta.
Após a fala de Marta os casais de noivos fizeram um pequeno intervalo.

Os fundamentos do matrimônio: o amor e o respeito.

_ Os pilares desta construção são o amor e o respeito. Afinal, qual é a diferença entre o amor e o respeito? Você ouve o seu noivo (a) com frequência e respeita suas ideias? O que você mais admira em seu noivo (a)? Perguntou Dirce.
_ Em minha opinião, o amor é o que identifica o casal e o respeito são as atitudes que cada um tem em relação ao cônjuge, no dia a dia, respondeu Débora.
_ Você está certa Débora. A base fundamental do matrimônio é o amor recíproco e mútuo entre os dois. Por isso, o que deve predominar na vida de um casal é a caridade. (1Cor 13, 1ss). O verdadeiro amor exige sacrifício, afirmou Evandro.
O amor é um sentimento, mas é também atitude. O casal deverá ir além de todo o romantismo para viver no dia-a-dia o amor ágape, capaz de suportar as dificuldades e os sofrimentos que certamente vão aparecer, argumentou Lenice.
_ Quem ama respeita, enfatizou Kássio.
_ O respeito é uma atitude de delicadeza. Não se pode bater numa mulher, a não ser com uma flor, disse Gabriel.
_ É verdade, mas não se esqueça de que o casal não vive só de romantismo, acrescentou Aparecida.
_ De que maneira o casal viverá o amor e o respeito? Perguntou Valentina.
_ O modelo a ser seguido é o próprio Cristo que deu sua vida por nós. Ele nos compreende e nos perdoa, pois somos limitados e muitas vezes o decepcionamos, respondeu Pe. José Antônio.
_ Se Deus nos perdoa também devemos perdoar e compreender nossos irmãos. Ninguém é perfeito. A missão do matrimônio tem como exigência a ajuda mútua. O esposo se transformará num instrumento de salvação para sua esposa e vice e versa, assegurou Jair.
Francisca acrescentou:
_ No final do dia, antes de dormir, o casal deverá colocar as conversas em dia. José, hoje eu fui instrumento de salvação para ti? Maria, hoje eu te ajudei a ser mais pessoa? O que preciso fazer para ser um esposo (a) melhor? O que eu preciso fazer para ser um bom pai, uma boa mãe? Estes questionamentos ajudam o casal a conhecer-se melhor e a descobrir os meios para viverem de maneira autêntica. É desta maneira que o casal estará atento para viver a espiritualidade matrimonial.
Pedimos que Flávio faça a leitura de um texto da Sagrada Escritura, sobre o amor, disse Francisca
"O amor é paciente, o amor é prestativo, não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará. Quanto às profecias,desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão.Quanto à ciência,também desaparecerá. Pois, o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia." (1Cor 13, 1ss).
_ No meu modo de pensar, o amor é uma exigência fundamental e única. Se não existe amor, não existe casamento, muito menos vida cristã, argumentou Flávio.
_ É verdade Flávio. Mas não se esqueça: onde não tem amor, é só colocar amor e o amor existirá e onde não existe o respeito, da mesma forma, coloque o respeito, afirmou Pe. José Antônio.
_ O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem (Antoine de Saint-Exupery). Quem ama, respeita, pois o menor ato de amor com a intenção de ajudar o cônjuge promoverá a verdadeira paz no ambiente em que vive. Quanto mais se dá, mais se recebe, concluiu Francisca.

Amar a Deus e o próximo, como Jesus amou

Vamos para outro círculo de discussão, disse Marta. A pergunta é a seguinte: de que maneira o casal poderá colocar em prática o amor a Deus e ao próximo como Jesus nos ensinou? (Mt 22, 35-40).
_ O amor é a plenitude da Lei, como está escrito na carta de São Paulo aos romanos (Rm 13, 8-10). A participação do casal na comunidade paroquial, a partilha dos bens com os pobres e a oração cotidiana são meios para expressar o amor a Deus, afirmou Flávio.
Júnior acrescentou:
_ A vontade de Deus é que todos nós estejamos unidos uns aos outros na caridade e voltados para Deus, por meio do louvor e da gratidão.
_ Minha opinião é a seguinte: a gente precisa amar a Deus em todas as circunstâncias fazendo o que lhe agrada, assegurou Gabriel.
_ Para mim, o casal que ama a Deus é aquele que vive o projeto que ele tem para seus filhos. Creio que o casal perfeito não é aquele que está vinte e quatro horas na Igreja, mas aquele que pratica o amor e o respeito, testemunhou Kássio.
Pedro também fez o uso da Palavra, dizendo:
_ A melhor maneira para viver o amor de Deus é ter a certeza de que ele está no meio do casal. O casal deve praticar a Palavra de Deus reconhecendo que a felicidade é um dom dado por ele.
Padre José alertou:
Repare que o mandamento da lei de Deus diz: amar a Deus sobre todas as coisas. Ele não diz, sobre todos os seres humanos. Isso significa que amando as pessoas, podemos amando a Deus. O amor é uma via de mão dupla. O amor pelo irmão não atrapalha e nem substitui meu o amor em relação a Deus.
_ Fernando apontou algumas atitudes que fortalecem a amizade do casal com Deus. Penso que amar a Deus é respeitar o próximo, de modo especial seu cônjuge e também os filhos. Para mim a verdadeira religião é aquela que te ajuda a viver unido aos irmãos com alegria e respeito.
Padre José fez sua colocação sobre o tema:
_ O amor se identifica com Deus. Por isso, nossa fé em Deus, nosso culto deve transformar nosso interior, de modo que nossas atitudes serão sempre inspiradas no amor. No relacionamento entre marido e esposa todo egoísmo e formas de apego aos bens materiais deverão ser excluídos.
Fábio alertou:
_ Quem ama não espera ser amado. Por isso, quem deseja ser feliz no matrimônio necessita fazer o investimento primeiro. Ame a Deus acima de todos e depois o seu cônjuge. Quem planta amor, colhe felicidade.
_ Para finalizar gostaria de comunicar a todos que o matrimônio deve ser honrado por todos. O leito conjugal deve ser sem mancha. Os deveres de ambos devem ser cumpridos de maneira equilibrada (1Cor 7, 1ss), concluiu Marta.

De que maneira os cônjuges deverão viver sua vocação ao matrimônio?

Em primeiro lugar, disse Olímpio, o casal necessita superar todo egoísmo para ser um presente, um dom para o esposo (a) e para os filhos. Mas, como é possível superá-lo?
_ Eu reconheço que sou um pouco egoísta. Mas estou melhorando. Gosto que ninguém me atrapalhe, sobretudo quando estou lendo meus livros, confidenciou Flávio.
Valentina também admitiu ser apegada às suas coisas:
_ Reconheço que às vezes sou exagerada. Deixo de fazer algo em casa, mas no escritório, tudo é feito no tempo certo. Não deixo nada para o outro dia.
_ Não quero ser enfadonho, mas as pessoas não sabem o que querem. Isso me irrita. Elas são extremamente dependentes. O meu tempo é sagrado. Às vezes eu estou concentrado numa coisa e, de repente, lá vem aquela pessoa inoportuna para tirar a minha paz, Júnior reclamou.
_ Tudo é questão de equilíbrio e prioridade, Fernando. Pessoas são mais importantes que as coisas. Se você se irrita, com certeza perderá o foco. Mas se é capaz de envolver a pessoa naquilo que está fazendo, se isso for possível, poderá até ganhar uma ajuda, uma ideia nova ou quem sabe colher bons frutos de paciência. Deixe a agressividade de lado, disse Francisca.
_ Concordo dona Francisca, mas tem hora que os nervos estão à flor da pele. Não consigo me controlar, acrescentou Fernando.
_ Conhecer os valores do matrimônio é indispensável para abraçá-lo com toda energia. Espero que ao final deste encontro todos estejam convencidos de que o matrimonio é algo mais importante em suas vidas. A gente ama o que conhece. Quando vocês saírem desta sala, terão suas mentes irrigadas com diversos argumentos e testemunhos, concluiu Olímpio.
_ Agora vamos tentar ouvir de cada um os verdadeiros motivos que levaram vocês a escolher o matrimônio. Vamos começar com a Fernanda, continuou Francisca.
_ Bem, eu não posso esconder. Antes de participar deste encontro meus pensamentos eram outros. Em casa sou bem aceita, mas acho que já está na hora de encontrar o meu cantinho.
Flavio acrescentou:
_ A vida de solteiro, a gente enjoa. Há tempos que venho me preparando para isso. Até pensei que os motivos seriam o bem estar, vida cômoda com minha princesa. Mas hoje, depois destas colocações meus pensamentos estão mudados. Espero que até no final do encontro eu descubro mais motivos para fazer a Fernanda feliz, pois sua companhia já me faz tão bem.
_ Eu quero um tanto de coisas ao mesmo tempo. Eu penso sim, na estabilidade financeira. Tenho que dar qualidade de vida para meus filhos. Fico contabilizando quantos reais vou gastar com educação, supermercado, aluguel, mas estou certo de que o casamento é uma vocação, disse Andreia.
Valentina comentou:
_ Creio que o matrimônio é uma mudança radical. Terei que dividir meu espaço, meu tempo com esposo, filhos, trabalho. Penso que sou capaz de tudo isso e além do mais, adoro crianças. Estou louca para ter uma em meus braços. (Todos sorriram).
_ Meus pais casaram muito tarde. Vejo que eles já não têm paciência para cuidar de meus irmãos mais novos. Acho que a gente precisa casar mais cedo. Depois de certa idade as coisas se tornam mais difícil, relatou Júnior.
_ Se fosse por mim, eu esperaria mais um pouco. Sinto que ainda sou jovem, mas amo de coração meu noivo. Penso que estou preparada, apesar de que dá um friozinho na barriga quando penso em estar lá na Igreja toda de branco argumentou Valentina.
_ Creio que um dos motivos para a realização do matrimônio é a confiança que tenho em minha noiva. Ela me passa tranquilidade e me puxa para cima. Não somos mais crianças. Não é porque estamos fugindo de casa. Temos uma relação muito boa com nossos pais, afirmou Amanda:
_ O motivo principal é justamente porque queremos construir uma família cristã, modelada segundo nossas convicções religiosas, acrescentou Fernando.
Kássio apenas disse que o casamento na Igreja é para toda a vida e gostaria de ter a certeza de que esta união será motivo de alegria para ele e sua futura família. Mas vai depender também da minha noiva. Confio e espero que ela faça a sua parte.
_ Claro que sim, disse Débora. Se depender de mim, seremos felizes para sempre. Hum! Penso que o motivo principal que eu desejo me casar é fazer o Kássio feliz. Ele é especial para mim. Meus pais o adoram e sempre damos certo um com o outro. Espero que sejamos um casal 20. Quero viver santamente o matrimônio, segundo o plano de Deus.
_ Desejo fazer tudo de acordo com a lei de Deus. Perdi o meu pai muito cedo, por isso espero que o casamento seja uma oportunidade para assumir uma missão específica: ser pai. Minha mãe foi uma heroína, mas sinto que a ausência do esposo faz muita diferença. Espero ser um marido fiel e companheiro de Laura, minha noiva. Mas, ela precisa aprender muitas coisas. Ela é meio pegajosa, relatou Gabriel.
_ Pegajosa não. Quero apenas ter o seu carinho, retrucou Andreia. O motivo maior para mim é constituir uma família onde eu possa ter o carinho dos filhos e colaborar na missão de transmitir a vida, educar os filhos na lei de Cristo e ser feliz.
Vando chamou atenção de todos para mais uma discussão. Quais são os frutos do matrimônio? A vocação matrimonial é uma missão que produz frutos na vida do casal. Vamos ouvir um texto da Sagrada Escritura. Pedro, faça para nós a leitura.
“Não fostes vós que me escolhestes, fui eu quem vos escolhi e vos constitui para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça de sorte que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo conceda” (Jo 15, 16).
_ Para início de conversa, saibamos que o matrimônio é um chamado. As palavras são de Nosso Senhor: “Eu vos escolhi e vos constitui para que vades e deis frutos”. Se o casal permanece unido a Cristo, produzirá muitos frutos, afirmou Vando.
_ Andreia acrescentou: Se o casal coloca em prática o amor vivido e testemunhado por Cristo, bons frutos colherão (Jo 15, 9-16).
Mas, quais são estes bons frutos, interrogou Gabriel.
_ Os frutos são: a compaixão, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência (Col3, 12-17), respondeu Fábio.
Uma família que acolhe Deus em sua casa está sempre unida no amor de Cristo, transmite aos filhos todos os valores cristãos concluiu Vânia.
Sem Deus, não podemos fazer nada! (Jo 15, 5). Por meio dele e de seu Santo Espírito colheremos os bons frutos para nossa família, assegurou Marta. Para podermos produzir bons frutos são necessárias atitudes concretas. Não depende somente de nossa união com Deus, mas de nosso esforço constante em fazer tudo o que agrada o Senhor e os membros de sua família.
Dirce concluiu:
_ Vivemos numa sociedade onde tem suas próprias leis. O casal cristão é chamado a ser luz para este mundo. Mas, para isso acontecer é necessário produzir bons frutos a serem saboreados por todos. Os frutos da fidelidade, do respeito, da justiça, da acolhida são elementos importantes que ajuda o casal a cumprir sua missão.
Para finalizar esta parte deixo aqui uma mensagem: O compromisso assumido pelos cônjuges exige presença, esforço contínuo e desejo de viver a harmonia conjugal, entregando-se totalmente a este estado de vida, com a intenção de crescer no amor e na verdadeira paz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vamos para um pequeno intervalo, disse Olímpio.

Edificar o matrimônio na rocha que é Cristo

_ Dando início a mais um círculo de reflexão, Gilberto exclamou: Vamos ouvir um texto baseado nas Sagradas Escrituras.
Sônia pegou o caderno de anotações e disse:
_ O matrimônio pode ser comparado com uma construção. A base desta construção e de toda vida cristã é o próprio Jesus. Ele é a rocha. Feliz o homem que constrói sua casa na rocha. Pode vir os ventos e tempestades. A casa ficará sempre de pé, em segurança (Mt 7, 24). Por outro lado, o salmista afirma: “Se o Senhor não edifica, em vão trabalharão os construtores...” (Sl 127). Agora eu vos pergunto: Por que devemos construir nossa casa, tendo Jesus Cristo como fundamento de nossa vida? E por que Ele é quem edifica nossa vida?
_ Penso que o Senhor edifica o lar quando é acolhido como verdadeiro chefe. Todas as famílias devem servir ao Senhor. Lembro-me de uma passagem que diz: “Eu e minha casa, serviremos ao Senhor” (Js 24,15). Creio que a felicidade do casal é proporcional à vida de oração e a participação do casal na comunidade paroquial, testemunhou Laura.
_ O casal cristão não pode edificar suas vidas na areia movediça do pecado e sim na rocha da Palavra de Deus, a fim de vencer os desafios e permanecer de pé, apesar das tempestades e ventos contrários, acrescentou Amanda.
_ Estou entendendo. Construir essa casa que é o matrimônio exige planejamento. Não é brincadeira não, afirmou Fernando.
_ Kássio interrogou. Então para ser feliz no matrimônio é preciso fazer tudo e somente aquilo que é da vontade de Deus?
_ Perfeitamente, Kássio. Jesus Cristo é a rocha, o fundamento da vida do casal, confirmou Pe José.
_ Para fazer a construção de uma casa, engenheiro e mestre de obras e pedreiros gastam anos aprendendo será que para edificar a parte mais importante que é a família, bastam algumas poucas horas de preparação? Perguntou Sônia.
_ Creio que este já é um bom começo, mas o casal cristão encontrará outras oportunidades de crescimento nos encontros de evangelização, respondeu Pedro.
_ Eu entendo de estética, disse Andreia. “Construir uma família é algo muito grande, muito bonito e deve ser tratado com atenção e carinho”. Na casa material, depois dos acabamentos ela está pronta. Na construção de uma família, ela nunca está pronta!
_ Muito bem, minha querida, disse Gabriel. Se o casal tem Deus no coração, se Jesus Cristo habita no meio do casal, o relacionamento entre si, as finanças, a educação dos filhos, a chegada dos netos, a velhice, enfim, tudo adquire um sentido positivo. Vamos pedir ao Pe. José Antônio que também dê a sua colaboração.
_ Penso que os verbos: analisar, planejar e ouvir conselhos são essenciais, antes de tomar uma decisão, argumento Pe. José Antônio. Os noivos têm o compromisso de apresentar ao futuro cônjuge todos os elementos indispensáveis que fazem nascer a esperança de uma união de fato, duradoura e fecunda. Os cônjuges deverão ter a certeza do que estão fazendo. Trata-se de uma aliança irrevogável.
_ Com a ajuda de Deus é possível construir um lar harmonioso, acrescentou Aparecida e logo contou uma história.
_ Certa vez, um homem terminou de construir sua casa. Ficou linda! Ele a mobiliou com móveis novos, todos do mesmo estilo. Então convidou um amigo para almoçar com ele e ver a casa. Terminada a refeição, mostrou toda a casa para o amigo, depois perguntou: “Falta alguma coisa? Pode dizer sem acanhamento, que vou comprar hoje mesmo”. O amigo criou coragem e falou: “Eu sinto que está faltando Deus na sua casa!” O dono da casa se surpreendeu, porque não havia pensado nisso. E ficou perdido, confuso, sem saber o que fazer, pois Deus não dá para se comprar!
_ Quantas casas hoje são assim? Têm tudo, menos o principal que é Deus. “O que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?” (Lc 9,25), perguntou Fernanda.
Logo após Pe José explicou:
_ Muitos jovens almejam a vida matrimonial, mas ainda não estão totalmente seguros para cumprir todas as exigências matrimoniais. Às vezes têm capacidade de assumir, mas ainda falta uma boa preparação.
_ Há jovens que têm a capacidade de assumir o matrimônio, porém lhes faltam oportunidades. As aparências enganam. Por isso, é necessário conhecer melhor a pessoa com quem vai se casar, relatou Jair.
_ Ela será a mãe de meus filhos. É preciso verificar se a pessoa tem aqueles requisitos básicos para assumir e cumprir o matrimônio com dignidade. Às vezes, uma pessoa um tanto agressiva é mais interessante do que alguém romântico, com cara de anjo. A pessoa ideal para o matrimônio é aquela que é capaz de vencer o egoísmo e ajudar o outro a fazer o mesmo, sem mudá-lo à força, acrescentou Evandro.
Pe José concluiu dizendo: a Palavra de Deus que nos guia, nos revela o mistério do Pai. Ela queima o coração da gente, é palavra falante do amor. Quem acolhe o amor sem temor tem a vida eterna no céu. O casamento é um caminho que conduz os cônjuges à felicidade plena. Deus atraiu o casal em torno de seus ensinamentos, de sua Palavra. Cristo é a esta palavra de amor. Por isso, o casal que coloca Deus em sua vida viverá em harmonia e terá sempre motivos para ser feliz.

É possível ser feliz no matrimônio?

Lenice afirmou que ar felicidade, para quem contrai núpcias, é sempre conquistada por meio de atitudes de entrega, doação, nunca realizada de modo egoísta. Como vou fazer o outro feliz, se não sou capaz de viver a felicidade? Eis a pergunta! Gostaria que todos respondessem.
_ Para mim, ser feliz é estar bem com sua própria pele e ver o outro feliz. Portanto, no matrimônio quero levar a alegria para meu esposo e meus filhos, respondeu Andreia.
_ Para fazer o outro feliz é preciso conhecer o outro, seus sonhos, seus ideais e objetivos, fazendo o esforço para ajudar a esposa e filhos a terem acesso à felicidade, acrescentou Gabriel.
_Para sermos felizes é necessário cumprir bem a missão que cada um tem como esposo (a), pai e mãe. Cada um sabe de seus deveres. Quando há respeito e dedicação, todas as coisas vão se encaixar no seu devido lugar, argumentou Amanda.
Flávio afirmou que vai fazer de tudo para que sua amada seja feliz, mas espera receber na mesma medida.
_ Fernanda disse que a tolerância é fundamental. Creio que é o amor de Deus e sua infinita misericórdia dará força para o casal viver a felicidade.
Para Laura ser feliz é amar como Jesus amou e fazer o que é bom para o outro.
Tomando a Palavra, Vando leu um texto de um livro:
_ No casamento o amor está ligado à vontade de ficar juntos, ao respeito, à simpatia, à atração física, ao carinho, ao afeto, ao companheirismo, à gratuidade, à cumplicidade, à entrega, à exclusividade, ao bem do outro, a aceitar o outro como ele é, à delicadeza, à gentileza, a compreender o outro, a ser romântico, a contribuir para o crescimento e a ter o outro como o mais importante (Arquidiocese de Mariana, 2009, 65).
_ Fazer o outro feliz é praticar o bem. Se eu estou bem vou transmitir essa paz para quem está perto de mim, assegurou Débora.
_ Para mim, fazer a esposa feliz é ser fiel, ser também criativo. É estar do lado da esposa transmitindo: segurança, paz, conforto, ternura e muita paz, acrescentou Kássio.
Francisca argumentou:
_ Acredito que o homem deve conquistar a mulher, não a humilhando como se ela fosse de sexo frágil. Na verdade a mulher tem sua força noutras direções. Acredito que a maioria dos homens são mais racionais, por isso acabam distanciando do foco. Se ele deseja fazer sua esposa feliz deve protegê-la sem sufocá-la.
Jair, deu sua colaboração dizendo:
_ O homem é capaz de realizar tarefas mais complicadas quando exige a força física, mas não é capaz de ter certo jogo de cintura. A mulher tem mais jeito pra esse tipo de coisa. A mulher é mais caseira, dá mais valor às coisas da família. Ela é mais intuitiva. Por isso, para ser feliz o casal precisa conhecer-se mutuamente.
Vando encerrou o discurso dizendo:
_ Para fazer o outro feliz é preciso ser feliz. E para ser feliz, o ser humano necessita de Deus e agir de acordo com seus ensinamentos. É claro que o homem também precisa ocupar com as coisas do lar, como também a mulher necessita usar mais a razão. Tudo é questão de equilíbrio.

Quais as atitudes certas para alcançar a felicidade no casamento?

Fábio afirmou que a felicidade é um programa de vida.
_ O sermão das bem-aventuranças tornou-se para todo cristão indicativos para vivermos a felicidade. No matrimônio, os cônjuges devem aprender o que às vezes parece estranho aos olhos do mundo, amar e servir o próximo ao invés de dominá-lo, abrir mão de algumas regalias, a fim de ajudar o cônjuge e os filhos (Mt 5, 1-12). Ser desapegado, manso, misericordioso, puro de coração são valores a serem praticadas. Agora eu quero ouvir dos agentes de pastoral o que eles pensam sobre a felicidade. Vocês são felizes? De que modo é possível ser feliz e fazer o outro feliz, no matrimônio?
_ Jair expôs suas ideias:
_ Há pessoas que não dão o braço a torcer. Não sabem renunciar. Ser feliz não é fazer tudo o que a gente pensa que é o certo. A esposa também tem voz ativa.
_ Quando me casei tive de segurar as pontas, pois meu esposo era nervoso e eu sempre fui. Então, aprendi que para dar certo com meu esposo eu tinha que ter mais calma, desabafou Aparecida.
_ Para mim, fazer o outro feliz exige flexibilidade. Por exemplo: estou pronto para sair, mas chega um casal amigo para me visitar. Nesta hora o bom senso precisa funcionar, argumentou Sônia.
Gilberto acrescentou:
_ Cuidado com a rigidez. Você pode pagar caro com tais atitudes. Quanto mais a gente pensa antes de tomar uma decisão, é pouco.
_ Eu sou um tanto esquentado, mas quando estou no trabalho, sinto-me forte e capaz. Minha vida é o trabalho. Quando chego casa, durmo tranquilo, porque cumpri minha missão, relatou Olímpio.
_ Eu procuro também fazer o meu trabalho sei que às vezes não tenho tanta paciência. Quando chego em casa, ainda tenho que cuidar da casa. Sou feliz quando estou trabalhando em casa, sinto que aquilo é minha obrigação e eu faço com muito carinho, argumentou Francisca.
Marta sempre encontra tempo para festa. Eu sou feliz quando ajudo as pessoas. Mas fico triste porque quanto mais a gente ajuda, mas tem gente para ajudar e também para criticar.
_ Gosto de participar das coisas da Igreja. Quando tem algum evento, deixo até mesmo as minhas filhas. Sei que Deus toma conta delas. Hoje, cada um está encaminhado na vida, confirmou Lenice.
Vando, por sua vez, procura dar mais tempo para estar com suas filhas. Sou um paizão para elas. E isso é o que me enche de felicidade.
_ Ser sábio é aprender a saborear a vida com equilíbrio e responsabilidade, afirmou Dirce.
_ Evando disse que o casal deve aprender a lição da humildade. Os cônjuges que rezam juntos poderão compreender melhor a necessidade da presença de Deus, de seu perdão e de sua infinita misericórdia. A arrogância, a auto-suficiência por parte dos cônjuges ou apenas de um deles poderão destruir o matrimônio em pouco espaço de tempo.
_ Não entendi bem o que é a felicidade na perspectiva católica. Aprendi em casa que ser feliz é algo interior, é um estado de espírito. Onde podemos encontrar na bíblia uma passagem que fala sobre a felicidade? Perguntou Gabriel.
_ A bíblia tem como objetivo apontar os caminhos do Senhor. O salmo responsorial afirma: “Feliz o homem que confia no Senhor”. No Evangelho Jesus nos ensina: “Feliz quem ouve a Palavra de Deus e a põe em prática”. Portanto, podemos afirmar: Feliz o homem que tem Deus no coração, relatou padre José Antônio.
_ Ah, mas também podemos encontrar trechos da bíblia que falam do pecado e de dos obstáculos que impedem a pessoa ser feliz. A riqueza, as glórias deste mundo, a injustiça, exclamou Vando.
_ Não entendi quando se fala de glórias. O que isso tem a ver com a felicidade? Perguntou Andreia.
_ Jesus apresentou alguns princípios importantes: “Quando fores convidado para um banquete, não ocupe os primeiros lugares” (Lc 14, 8) e, numa outra passagem: “os últimos serão os primeiros” (Mt 20, 16). A felicidade é um dom interior que dispensa as glórias deste mundo. Quanto mais buscamos bens materiais, mas temos a sensação de que ainda falta algo. Por isso, o casal deve saber administrar os bens e jamais querer ser melhor do que o outro, explicou Pe. José.
Amanda lembrou de outra citação bíblica: “Quem semeia pouco, também colherá pouco, e quem semeia com largueza colherá com largueza” (2Cor 9, 6). Pedro confirmou: estou semeando muito. Espero que eu seja recompensado por isso. (olhou para Amanda e sorriu).
_ Muito bem, disse Olímpio. Temos mais passagens bíblicas: ser feliz é ser manso, humilde e cheio de paz. A mansidão é uma atitude de quem vive em comunhão com Deus. Confie no Senhor. Entregue seu futuro a ele e terá sempre a paz tão almejada para viver em harmonia com seu esposo (a) (Sl 37, 5). As preocupações acabam roubando a paz. Uma vez que confiemos no Senhor, tudo estará em seu devido lugar. Os mansos possuirão a terra (Mt 5, 5). Quem permanece no amor de Cristo, adquirem forças para afastar de si toda ira, gritaria e todo o tipo de maldade em relação ao cônjuge (Ef 4, 31).
Francisca argumentou: Os cônjuges deverão perguntar para si mesmos: estou sendo motivo de alegria ou tristeza para Deus, agindo assim em relação aos meus filhos e ao meu cônjuge? Lembre-se que seu cônjuge é um filho (a) de Deus e que Cristo deu sua vida por ele. Não deveria você também amá-lo, como Jesus amou? Afinal seu cônjuge é “carne de sua carne”. Procure ser compreensivo, tenha sempre carinho e seja terno em tudo ao que fizer por seu esposo (a) e filhos (as). Eis o segredo da felicidade.
_ Quem se aproxima do Senhor terá sabedoria suficiente para viver de acordo com seus santos mandamentos e encontrará o verdadeiro sentido da vida, disse Gilberto.
_ Mas, se a gente passar por dificuldades, quando faltar um bom emprego; quando a doença bate em nossa porta; quando os desafios crescem mais do que a nossa capacidade de resolvê-los; o que fazer? Perguntou Fernanda.
_ É preciso ter confiança, Fernanda. Disse Jesus: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve” (Mt 11, 27-30) afirmou Pe. José Antônio.
_ Quando um dos cônjuges não quer ser feliz com ou sem o companheiro (a) ele se transforma em obstáculo para o outro. Qual é a solução para este caso? Perguntou Flávio.
_ Se você deseja viver na companhia da melhor esposa do mundo, então trate sua esposa como a melhor esposa do mundo. Assim também deve ser o comportamento da esposa em relação ao esposo, afirmou Marta.
Padre José explicou:
Em meu trabalho de aconselhamento matrimonial, tenho ajudados alguns casais, mas o desafio maior é quando um dos cônjuges quer obrigar a esposa (o) a tomar atitudes sendo agressivo. Noutros casos há também os que acreditam que a felicidade está em outras opções, fora de casa, sendo que o problema está dentro dele.
_ E quando há infidelidade? O que fazer? Perguntou Lenice.
_ O verdadeiro amor “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (1Co 13.6). A confiança dos cônjuges está fundamentada no amor, capaz de servir sempre aquele (a) que é parte de si mesmo. Muitas vezes a pessoa está cega e não consegue ter consciência do mal que está fazendo para si e para toda a família. Neste caso, o bom senso, a oração precisa entrar em ação. O cônjuge que está sendo injustiçado deverá fazer de tudo para salvar o companheiro, perdoar, reconciliar e ajudá-lo a sair das ações más. Não simplesmente abandoná-lo, afirmou Pe José.
_ Estamos vivendo numa época difícil as pessoas não perdoam as faltas alheias. Como ajudar os casais a terem mais misericórdia para com seu cônjuge? Perguntou Vânia?
_ O casal misericordioso é aquele que sabe compreender as falhas do outro e perdoa sempre. O Mestre nos alerta que é preciso perdoar, pois à medida que usarmos para os outros, servirá também para nós mesmos (Lc 6,38), assegurou Vando.
_ Matrimônio é uma missão que conduz os cônjuges e os filhos no caminho da felicidade, afirmou Dirce. O sacrifício que os cônjuges fazem em relação ao outro é sagrado, pois quem ama supera a linha divisória do prazer egoísta e concretiza em sua vida a missão de edificar o outro, enriquecendo-o com seus dons e serviço.
_ Estou entendendo, disse Débora. Quer dizer que se eu viver santamente o matrimônio, Deus vai estar sempre me abençoando. E se eu viver praticando o contrário do que ele me ensinou, colherei frutos amargos.
_ Sim, disse Aparecida. Vejam esta citação bíblica: “Quem vai subir ao monte do Senhor, quem vai ficar no seu santuário? Quem tem mãos inocentes e coração puro, quem não corre atrás de vaidade, quem não jura para enganar seu próximo” (Sl 24, 3-4). No Sermão da montanha aprendemos que “os puros de coração verão a Deus” (Mt 5, 8).
_ A felicidade então, só pode ser encontrada em Deus, afirmou Fernando.
_ É verdade, concordou Aparecida. Se quisermos estar unidos a Deus, Se quisermos ver Deus, é necessário deixar o pecado de lado e, consequentemente, viveremos em harmonia com ele e com os irmãos.
_ Muito fácil, então deixemos o pecado de lado e seremos felizes, acrescentou Gabriel (todos sorriram).
_ Não é tão simples assim, disse Francisca. É preciso usar de misericórdia para com os irmãos, não apenas em relação ao cônjuge. Quem usar de misericórdia com os irmãos, também alcançará misericórdia (Mt 5, 7). O apóstolo Tiago afirma que a misericórdia triunfa sobre o julgamento (Tg 2, 13).
_ É bom lembrar que estamos numa perspectiva escatológica, afirmou Pe. José Antônio
_ O que é escatológica? Perguntou Valentina.
_ É tudo aquilo que diz respeito ao fim do homem, respondeu Pe. José e acrescentou:
_ A recompensa dos justos, daqueles que semeiam a paz, promove a humanidade, pratica a justiça e vive a verdade, será alcançada no fim dos tempos, onde o nosso Bom Deus preparou para nós o que os nossos olhos não são capazes de ver e nossos ouvidos não são capazes de ouvir (1 Cor 2, 9).
Para fechar esse bloco sobre a felicidade, podemos afirmar que a felicidade se conquista ouvindo a Palavra, colocando-a em prática todos os dias de nossa vida. Por meio dela descobriremos o segredo da felicidade, concluiu Pe. José Antônio.



II. Assumir o matrimônio como uma pérola preciosa.
O matrimônio é a pérola de maior grandeza para o mundo moderno, relatou Olímpio. Quantas pessoas vivem perdidas em busca desta pérola! Outras, porém, pisam sobre ela, e a trata como bijuteria.
_ Se as atuais histórias de relacionamento a dois não podem ser consideradas sagradas, em sua maioria, como podemos acreditar que no futuro teremos uma geração sadia? Perguntou Francisca. Imagine uma criança de sete anos sentada junto à mesa tomando o seu café. De repente, seus pais começam a brigar. O que passa pela cabeça dessa criança? Imagine também que esta mesma criança vê seu pai acariciar sua mãe. Na primeira cena a criança diz a si mesma: estou perdido com estes dois malucos. Na segunda, meu futuro está garantido.
_ Estou compreendo. Quanto mais o casal vive em paz, mais irradia a verdadeira paz para toda a família, argumentou Laura.
_ Acho que vou ter um pouco de dificuldade para controlar as crianças. Não tenho tanta paciência. Ainda bem que Kássio gosta muito de crianças. Gosto de vê-lo tratar seus sobrinhos com tanto carinho, assegurou Débora.
_ Tudo bem, eu concordo. Estou ansioso para saber o que é mesmo o sacramento e por que o matrimônio é uma pérola de maior grandeza, disse Kássio.
Padre José continuou explicando:
_ A pérola é algo muito raro na natureza. Sabemos que existem tantas histórias a dois. Casais que vivem juntos, mas nem sempre conseguem transformar suas famílias numa pérola preciosa. Se uma pérola vale muito, imagine duas pessoas juntas ou quatro, somada com os filhos?
_ A Igreja fala de sacramento. A palavra sacramento significa juramento e fidelidade entre o homem e a mulher. Sacramentum vem do latim e tem um significado próximo à palavra mistério, explicou Olímpio.
_ Também pode ser entendido como: “compromisso sagrado” (Arquidiocese de Mariana 2009, 48). Esta pérola que se chama sacramento é algo sagrado, acrescentou Gilberto.
_ Jesus Cristo é o maior de todos os Sacramentos: “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles (Mt 18,20)”. O matrimônio é um sacramento porque Deus está presente, afirmou Sônia.
Gilberto acrescentou:
_ O matrimônio é sinal do amor de Deus, de sua graça, de sua bênção que transforma a vida do casal.
Amanda perguntou:
_ Quer dizer que o matrimônio é sacramento da presença de Deus. Só é sacramento quando Deus se faz presente?
_ Tem sentido o que você diz, Amanda. Quando Deus está presente, a união entre um homem e uma mulher torna-se um verdadeiro sacramento, explicou Gilberto.
_ Por que o sacramento é uma pérola de maior grandeza? Perguntou Kássio.
_ Por meio dele vidas são geradas, afirmou Aparecida. Vamos ler um trecho do Diretório dos sacramentos:

O que é o sacramento do matrimônio?

Jair leu para todos os participantes:

_ “O matrimônio é um pacto de amor, aliança matrimonial entre o homem e a mulher que se entregam um ao outro para o bem dos cônjuges e a geração e a educação da prole. O pacto matrimonial, comunidade de vida e de amor, foi fundado de leis próprias pelo Criador. Entre os batizados, foi elevado por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento” (Diretório dos Sacramentos, introdução p. 20). O Matrimônio é vida que nasce da vida. É entrega de dois corações que olham na mesma direção, a fim de viver na presença do Senhor, completou Jair.
Pedro, por sua vez, afirmou que o matrimônio é uma grande missão.
_ Acrescentou Dirce:
_ Não é simplesmente uma um contrato social. É antes de tudo um ato religioso, de louvor e culto a Deus. Pressupõe maturidade cristã.
_ O matrimônio é uma vocação específica, afirmou Evandro. “Ninguém se arrogue casar-se se não sentir chamado a este estado”. Pelo matrimônio, “os esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados por um sacramento especial, para cumprir dignamente os deveres de seu estado” (GS 48,2). Estas são palavras tiradas do documento do Vaticano II Gaudium et Spes, de 1962.
_ O que é vocação específica? Perguntou Andreia.
_ Trata-se de um chamado especial. Vocação vem da palavra latina vocare. O sacerdote e a religiosa também são chamados a servir a Deus e a Igreja, respondeu Vando.
_ A família é especial porque o futuro da humanidade passa por ela, lembrou Gabriel.
_ Está certo, disse Lenice. Agora vamos refletir sobre algumas citações do Catecismo da Igreja Católica. O Matrimônio é definido como uma aliança pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda (Cat. n. 1601). É aliança para toda a vida.
_ O matrimônio é selo de um afeto inquebrantável. O amor mútuo faz crescer a confiança e aproxima o casal de Deus, acrescentou Gabriel.
_ Junior sorriu e retrucou:
_ Muito bem Gabriel você está muito poético.
_ O matrimônio é sagrado, santo e belo, porque é criado por Deus e redimido por Cristo. É imagem das núpcias entre Cristo e a Igreja. Estas palavras eu as ouvi quando estava lendo uma cartilha sobre o matrimônio, relatou Valentina.
_ Que bom, Valentina! Fico feliz com sua participação. Se os casais soubessem melhor o verdadeiro significado do matrimônio haveria menos divórcio e mais alegria nos lares, assegurou Vânia.
Fábio argumentou:
_ A vontade de Deus é que todos sejam felizes. Não é a toa que Jesus fez o primeiro milagre numa festa de casamento.
_ Para quebrar o gelo gostaria de contar uma piada, prosseguiu Marta: certa vez morreu um velhinho chamado Manuel e foi para o andar de cima. Logo em seguida, morreu sua esposa e quis encontrá-lo no céu. Depois de muita procura o encontrou e, expressando uma grande alegria, deu um grito: Olá meu Manuezinho! Que bom que eu te encontrei. Levantando a mão direita lhe disse: Alto lá! Meu compromisso com você foi até que a morte nos separe! (todos sorriram).
Pe. José, declarou seu posicionamento:
_ Obrigado, Marta, a senhora me fez lembrar um ensinamento muito importante: o matrimônio é uma estrutura ligada a este mundo e, por isso, transitória. Não existirá mais depois da morte. Disse Jesus: “no céu seremos como anjos” (Mt 22, 30).
_ Ouvi dizer que depois que morrermos encontraremos nossos entes queridos, relatou Flavio.
_ Sim, eu acredito também, disse Pe. José Antônio. Mas, o relacionamento será diferente. Portanto, vocês que estarão unidos um ao outro através do vínculo matrimonial, aproveite. Viva intensamente, com respeito, amor, paciência, afeto e tudo mais. Quem sabe terá uma grande surpresa no paraíso?
_ E quanto aos filhos? Perguntou Fernanda. A gente dá a vida por eles e depois não mais encontraremos com eles nos céus?
_ Certamente haverá um grande encontro, Fernanda. Não esqueça que o que acabamos de ouvir foi uma simples piada, assegurou Aparecida.
_ Tenho outra dúvida. O cônjuge não pode ser um ídolo. Ele não está no centro. Não é propriedade do esposo ou da esposa. De que maneira os cônjuges podem viver bem o matrimônio, a fim de que sejam dignos da salvação? Perguntou Fernanda.
_ Os cônjuges deverão colocar Cristo no centro de suas vidas. Somente Deus é o centro de nossa vida. Ele caminha conosco, a fim de assumirmos nossa identidade e missão, respondeu Pe. José.
_ De que modo percebemos que Cristo está no meio? Perguntou Andreia.
_ Cristo nos convida a sermos puros de coração a vivermos com simplicidade. Ele é o Salvador, não a esposa ou o esposo, muito menos os filhos. Por isso, é preciso compreender melhor o que Valentina disse: “o casal é redimido por Cristo”. Uma vez que o casal encontra Cristo e vive seus ensinamentos, tudo se encaixa, explicou Pe. José Antônio.
Não é difícil compreender que Cristo é o Redentor quando o casal reza, ouve a palavra de Deus, participa da comunidade, comunga Cristo na Eucaristia e vive seus ensinamentos. O amor, a gratuidade, a espontaneidade e a confiança mútua são valores que transforma a vida do casal, relatou Evandro.
_ Jair concluiu: o matrimônio cristão é sempre uma missão que tem como Mestre Jesus. Quem é discípulo autêntico de Cristo saberá dar sua vida como oferta ao seu esposo (a) e aos filhos. Deste modo, os pais também ajudarão os filhos a fazerem da vida deles também um dom, educando-os para o serviço e não simplesmente retirando todas as pedras do caminho deles.
_ Muito bem, agora teremos um pequeno intervalo, logo em seguida, refletiremos sobre o amor conjugal, concluiu Marta.

Pistas para os casais viverem bem o sacramento do matrimônio

Logo após o intervalo, Pe José Antônio apontou algumas pistas:

_ Os casais que vivem unidos, na fidelidade e na fecundidade, compromissados na educação de seus filhos merecem medalhas de ouro, afirmou Pe. José Antônio. Com a ajuda da Pastoral Familiar, queremos apontar algumas pistas para uma convivência sadia no Matrimônio.
_ A boa convivência tem como exigência servir e fazer o outro feliz. Servir e fazer o outro feliz, eis o segredo da boa convivência, afirmou Francisca. Olímpio, por sua vez acrescentou:
_ Um casal, para viver bem, necessita comer um saco de sal juntos. (todos sorriram).
_ Por que é necessário comer um saco de sal juntos? Esta parte eu não entendi, perguntou Andreia.
_ É muito simples. Somente depois de algum tempo o casal saberá compreender o outro e respeitá-lo como único insubstituível. A regra da boa convivência não pode faltar: “Tudo o que desejares que o outro vos faça, fazei a eles” (Mt 7, 12), disse Pe. José.
_ Esta é uma passagem bíblica? Perguntou Flávio.
_ Sim, retirado do evangelho de São Mateus, capítulo sete, versículo doze. O próprio Jesus usou este ensinamento quando falava da regra de ouro: pedi e recebereis (cit). Mas como podemos esperar que Deus nos ajude se não fazemos a nossa parte? Questionou Pe. José.
_ Ser cristão verdadeiro é fazer da vida um presente para o irmão. A esposa deve ser o grande presente do esposo e dos filhos e o esposo, o grande presente da esposa e filhos, afirmou Amanda.
_ Para ser um presente é necessário que os cônjuges deixem de lado o egoísmo e exerça fielmente sua missão doando a si mesmo a seus familiares, explicou Pe. José.
Jair completou:
_ A pergunta a ser respondida não é o que eu vou ganhar com o matrimônio, mas o que eu posso oferecer.
_ O matrimônio é o espaço onde se vive a dimensão oblativa, afirmou Dirce. Trabalhei muito tempo na Pastoral familiar e posso dizer com tranquilidade: a pessoa que deseja constituir uma família autêntica deve fazer as contas, apostar todas as fichas no relacionamento. Não pode reservar nada para si. Tudo é posto em comum.
_ A dimensão oblativa significa doação total, o outro é mais importante. Quando todo o egoísmo vai embora sobra muito tempo para educar os filhos, ajudar o cônjuge nas tarefas domésticas ou “perder” o tempo com aquelas pequenas atitudes que fazem a diferença, afirmou Evandro.
_ Sinto que estou evoluindo na compreensão do segredo de um matrimônio feliz, porém os investimentos são altos. Será que todos nós estamos preparados para esta grande aventura? Perguntou Fernando?
_ A minha resposta é simples. Quando se tem amor, todos os obstáculos são ultrapassados, testemunhou Pedro.
_ Além do mais, o matrimônio se vive no dia a dia. O casamento é um grande laboratório. Hoje estamos aprendendo a teoria, na prática tudo se esclarece. Não há razão para desânimo, interferiu Marta.
_ É verdade, disse Vânia. Eu também posso afirmar que o casal pode contar com a comunidade. Até mesmo quando a gente trabalha na Igreja, nas festas e confraternizações, nos sentimos úteis e fazemos um bom investimento para a nossa família. Quem está próximo de Deus e de sua comunidade está sempre aprendendo algo novo, sempre em ritmo de crescimento.
_ Os cônjuges devem estar unidos a Cristo por meio de sua graça e de seu Espírito Santo, afirmou Olímpio. O Encontro de Casais com Cristo (ECC) tem uma missão muito bonita na comunidade. Procure saber se em sua paróquia existe o ECC ou algum movimento de casais para que você cresça no amor de Cristo.
_ Minha mãe é do Encontro de Casais com Cristo, disse Flávio. Depois que eles fizeram o Encontro meus pais mudaram muito, especialmente o meu pai. Ele era muito seco e nervoso. Agora o homem está um doce. (Todos sorriram).
_ Vamos ouvir agora outro texto muito rico para nos ajudar a compreender melhor a arte do relacionamento, interrompeu Sônia. Vamos pedir a Francisca que leia para nós este texto
“Os cônjuges deverão ter consciência que estão diante de uma pessoa concreta, com defeitos e qualidades. Algumas pessoas são mais calmas e às vezes até demais. Nesse caso, deverão ser ajudadas a tomar mais iniciativas ou pelo menos saírem do comodismo. Outras, porém, são impulsivas e até agressivas. Querem que os problemas se resolvam a qualquer custo e muitas vezes do seu jeito. Tudo é questão de equilíbrio. É necessária uma boa dose de diplomacia para que tudo se resolva no tempo certo. Há problemas que necessitam de um tempo maior para serem resolvidos. E quando não é possível encontrar esse tempo, corre o risco de rotular as pessoas como se elas fossem os problemas”.
_ Alguém deseja comentar o texto? Perguntou Sônia.
_ Junior interrogou: Quero saber de que maneira devo tratar minha esposa para que ela não seja tão sentimental. Porque se eu fico adulando demais, ela não cresce e permanece sempre dependente.
_ Você pode muito bem ser determinado sem ser agressivo. Certas atitudes humilham a pessoa e acaba trazendo graves transtornos. O importante é aceitar a pessoa como ela é, mas sempre ajudando esta mesma pessoa a crescer, semelhante a mãe que nunca está satisfeita com o que o filho faz. Ela deseja que o filho vença os desafios e tudo o que escraviza, testemunhou Dirce.
_ É, mas São Paulo afirmou: sejam submissos uns aos outros no temor do Senhor; marido ame vossas mulheres e as mulheres devem ser solícitas ao seu marido (Ef5, 2.21-23), retrucou Fernando.
_ São Paulo também disse: “Maridos amai vossas esposas como Cristo amou a sua Igreja”, lembrou Sônia.
_ O marido não pode achar que sabe demais e a mulher não sabe nada. É preciso que os cônjuges respeitem um ao outro e vivam sempre o amor, relatou Marta.
_ Se o esposo deseja ser melhor em relação à sua esposa deverá dizer para si mesmo: “Eu preciso ser melhor na compreensão, na capacidade de ouvir, no modo de servir”. Ao contrário, se um dos cônjuges está no pedestal ou numa posição superior ao outro, logo aparecerão graves problemas, acrescentou Pe. José.
O que conta são as atitudes, afirmou Dirce. São João nos ensina: é preciso amar com atitudes, não simplesmente com palavras (1 Jo 3, 18). Se o cônjuge respeita o outro como alguém igual a ele, nunca vai dominá-lo ou agir como se tivesse sempre a razão. Quem ama esforço para fazer o outro feliz.
_ Creio eu que o diálogo é o melhor modo para descobrir o segredo de um casamento feliz, concluiu Fernando.
_ Você está certo, Fernando. Já ouvi pessoas dizerem que a falta de diálogo é uma das causas de tantas separações. Em parte é verdade. Se os casais não dialogam entre si, não chegam a nenhuma solução. Duas cabeças pensam melhor. No matrimônio não existem dois chefes, nem tampouco um chefe que manda e uma subordinada que obedece. Não se trata de um obedecer cegamente ao outro. A melhor das respostas, o que for melhor para toda a família é que será escolhida, afirmou Francisca.
_ Quando o amor está presente não é necessário levantar a voz, discutir sem motivos ou for agressivo. Mesmo nos momentos difíceis e, sobretudo por causa deles é que o casal desenvolverá um diálogo “franco, com respeito e carinho”, testemunhou Sônia.
_ Dizem que a pirraça é uma coisa que atrapalha o relacionamento, respondeu Flávio. (Todos sorriram).
_ Cada caso é um caso, argumentou Gilberto. Às vezes quem reclama da pirraça é quem deve mudar. Conheço pessoas que humilham o cônjuge a todo o momento, por meio de palavras como: “sonso”, “burro”, “molenga”, etc.
_ O critério maior é este: sempre fale com prudência, sem críticas destrutivas ou palavras que machucam. Evite “palavras ásperas, duras e grosseiras”, acrescentou Vânia.
_ Nosso matrimônio não foram somente flores. Houve muitos momentos difíceis, porém muito mais alegria, testemunhou Aparecida. As dificuldades eram vencidas por meio do diálogo. É o casal quem resolve os problemas. Nós não levávamos aquilo que era próprio do casal para fora. Isto gera muito mais discussão.
Vando interveio:
_ Os dois estão no mesmo barco e vive uma aventura a dois. Por isso, não se pode economizar palavras. Seja na hora de resolver problemas em relação à sexualidade, educação ou nas finanças. Um bom diálogo resolve uma multidão de problemas.
_ Vamos mudar de assunto, prosseguiu Marta. Vamos ter um momento especial para falarmos sobre o diálogo familiar. Agora o assunto é Paternidade responsável.

Paternidade responsável
O casal deve planejar a quantidade de filhos e quando deverão tê-los. É importante estar abertos aos filhos. O fechamento a esta graça é um péssimo sinal e até mesmo questão de impedimento matrimonial, explicou Marta.
_ Nós decidimos ter apenas um filho, disse Andreia. Acredito que filho dá muito trabalho.
_ Acredito que o casal não poderá ter três filhos se não é capaz de acolhê-los e educá-los na fé cristã. Por outro lado, ter apenas um filho quando, se podem ter três ou mais é injustiça e egoísmo, assegurou Pe. José.
_ Nós havíamos conversado sobre filhos. Creio que este mundo é tão complicado para ter filhos. Será que eu entendi bem? Não ter filhos é questão de impedimento matrimonial? Perguntou Kássio.
_ É isso mesmo. Não tem sentido um casal estar fechado aos filhos. Caso aja alguma dificuldade, o casal poderá optar pela adoção ou em casos especiais compreender o verdadeiro sentido matrimonial, sendo fecundo, respondeu Marta.
_ Mas como é possível ser fecundo sem filhos? Perguntou Flávio.
_ Sônia pediu a palavra e partilhou:
_ Eu e Gilberto somos um casal sem filhos biológicos, mas temos uma multidão de filhos e filhas. Ser fecundo é gerar vidas, não somente no útero, mas no coração. Não foi simplesmente uma escolha nossa. Decidimos não adotar e nem procurar recursos terapêuticos, pois algo nos dizia que era possível ser pai e ser mãe de outra forma, afirmou Sônia.
_ A geração de uma criança é algo sagrado. Não se pode brincar de gerar vidas. Quando o casal está grávido a primeira atitude é acolher o filho com amor, mesmo que não tem sido planejado. O casal deve rezar juntos, na presença do filho (a) que ainda não nasceu. É de suma importância que o marido participe da gravidez. A presença do pai desde o momento da fecundação é muito importante. Evitem-se brigas na presença dos filhos e, sobretudo quando se trata de uma gravidez, falou Aparecida.
_ Os cônjuges, em todos os momentos deverão dar bons exemplos, falar com os filhos sempre, pois eles são os seus primeiros catequistas. Seja verdadeiro! Participe das conquistas dos filhos. Sua presença deve ser notada. Seja amigo, mas não se esqueça de sua missão de pai (mãe); Estabeleçam limites. Não deixe eles fazerem o que quer. As crianças e adolescentes não tem consciência de muitos riscos. Saiba o que é melhor para o seu filho, ensinando a viver na liberdade, partilhou Jair.
_ A experiência é o que conta. Vamos ouvir dos casais a opinião deles sobre paternidade responsável, disse Pe. José.
_ No meu modo de ver, cada casal deve estabelecer metas. O filho deve ser programado. E, se caso acontecer de modo inesperado, nada de pânico. A vida é sempre bem vinda. A criança precisa saber disso. E se já sabe o sexo da criança procure conversar com ela e criar um ambiente natural de acolhimento e muita paz, argumentou Dirce.
_ Toda e qualquer atitude de abandono, de insatisfação, descuido será contabilizado de forma negativa, afirmou Evandro.
Vando fez o uso da palavra dizendo:
_ O pai deve ser responsável desde o primeiro momento da existência. O carinho após o sexo, a alegria da boa convivência, o diálogo, a verdadeira paz entre o casal vai determinar o temperamento e a qualidade da vida a ser gerada.
Lenice não falou muitas coisas, apenas confirmou dizendo:
_ Graças a Deus sempre tive alegria e muita paz no relacionamento entre eu e meu marido. Acho que é por isso que minhas filhas são para nós uma bênção de Deus.
_ Tivemos nossos filhos numa época difícil, porém eles podiam perceber que éramos lutadores. Hoje eles valorizam tudo o que fazemos para eles. Dou graças a Deus pelos filhos que temos. Não são filhos perfeitos, mas têm muitas qualidades, compartilhou Fábio.
_ Marta disse que os filhos foram batalhadores porque desde o princípio viram o testemunho da mãe. Ainda precisam melhorar muito. Mas estou feliz por eles.
_ Meus pais viveram felizes e penso que são felizes até hoje, confirmou Pe. José. Eu sinto que meus pais deixaram um testamento espiritual. Fizeram a parte deles. E agora é com os filhos.
_ Nossa, seus pais parecem conosco. Fomos batalhadores. Nunca fomos um casal 100%, mas fizemos de tudo para nossos filhos. Nenhum deles pode reclamar, afirmou Olímpio.
_ Nossas vidas foram vividas para eles, completou Francisca.
Gilberto deu seu testemunho:
_ Apesar de não termos filhos, sempre trabalhamos com os casais, na evangelização. Nós nos sentimos realizados como pais espirituais. Deus nos privou da graça dos filhos, mas nos permitiram desenvolver outros tantos dons.
_ Tivemos um filho depois de onze anos de casamento, relatou Aparecida. A educação é uma grande missão, por isso fazemos o possível para que nosso filho veja em nós o testemunho. Jair, por sua vez acrescentou: Se não estamos sendo os pais que ele merece, pelo menos estamos tentando. Com a ajuda de Deus queremos cumprir com dignidade esta missão.
O amor do casal tem como fruto o nascimento de filhos, assegurou Marta. Não se pode, por qualquer motivo estar fechado aos filhos.
Vamos fazer um pequeno intervalo para retornarmos com a nossa discussão sobre a harmonia conjugal, concluiu Evandro.

III. Harmonia conjugal

_ O que significa viver em harmonia e quais são as exigências para que o casal viva em harmonia? Perguntou Evandro.
_ Dirce acrescentou: não é fácil a vida a dois. No namoro tudo é diferente. O bom humor e as aparências não são suficientes para compreender o outro. Depois do matrimônio os maus hábitos, o mau humor e outros defeitos acabam aparecendo. Com paciência e amor tudo se resolve. As exigências para quem inicia a vida a dois são: esforço, compreensão, franqueza, respeito e amor verdadeiro.
_ Com o passar do tempo os desafios começam aparecer. O amor do casal já não é mais de príncipe e princesa. Não é mais aquele amor açucarado, sem compromisso e sim o amor concreto, fecundo, capaz de perdoar, servir e compreender o outro com naturalidade e respeito, explicou Evandro.
_ Engraçado, no namoro a gente procura ver mais as qualidades e esquece os defeitos. Por isso que eles falam: o amor é cego, afirmou Laura.
_ É verdade, disse Sônia. Os casais de noivos devem se acostumar a ver os defeitos do futuro marido e vice e versa.
_ O primeiro passo para viver a harmonia conjugal é compreender a pessoa amada e prestar atenção em cada gesto, argumentou Flávio.
_ É necessário compreender os defeitos e as qualidades da pessoa, completou Gabriel.
Valentina acrescentou:
_ Às vezes, o egoísmo é sinal de imaturidade. Não simplesmente um defeito de caráter.
_ Uma mulher que não sabe administrar bem a casa, por exemplo. Pode ser que ela não foi preparada para isso. Depois do casamento, aos poucos, tudo se ajeita, afirmou Amanda.
_ Conheço situações em que não é tão fácil assim. A mulher que trabalha fora, mesmo que ela saiba lidar com a casa, o tempo é insuficiente, justificou Vânia.
_ O marido deve ajudar a mulher a cozinhar, cuidar das crianças, arrumar a casa, afinal de contas eles moram no mesmo teto, lembrou Fernando.
_ Não me chama para lavar banheiro ou passar lavar roupas. Isso para mim é demais, retrucou Gabriel.
_ Haverá momentos em que o casal deverá fazer o que não gosta. Ninguém é obrigado a fazer o que não gosta, mas se for preciso, em nome do amor e da harmonia conjugal a gente faz de tudo para salvar o casamento e manter a paz, alertou Marta.
_ A partir do momento em que os cônjuges aprendem a acolher o outro como pessoa, única e insubstituível, o casal é capaz de fazer muitas coisas por amor, mesmo o que não gosta, completou Pe. José.
_ Dirce deu o seu parecer:
_ Cada pessoa trás em si as marcas de seu tempo, de sua formação psicológica, espiritual, as tradições familiares, a formação moral e social, correspondente ao meio em que vive. Com diálogo e muita paciência compreenderá o modo melhor de conviver com o outro. Li um livro muito interessante sobre o relacionamento familiar. O autor afirmava: “para você conhecer o outro é preciso entrar em sua tenda”.
_ O homem é um microcosmo, afirmou Evandro. O que para uma pessoa é valor, nem sempre o é para o outro. O modo de resolver os problemas, tomar decisões é condicionado a uma série de fatores. É no dia a dia que o casal saberá abrir mão do que não é importante e partilhar as com o cônjuge o que traz felicidade. Em se tratando de mentalidades diferentes, as exigências são: humildade profunda, capacidade de revisão constante e abandono de valores estranhos à sua vida pessoal.
_ Eu fui criado na cidade. Sinto que sou muito diferente de minha noiva. O modo de falar dela é muito simples. Às vezes eu a corrijo, porém, penso que preciso respeitá-la mais, declarou Kássio.
_ Acho que terei dificuldade no relacionamento com Kássio neste quesito. Ele acha que sou muito imatura. Só porque ele é mais velho que eu, pensa que sabe mais e tem sempre a última palavra, afirmou Débora.
_ Kássio justificou:
_ Não, amor! Eu sei que você tem seus valores, mas acho que em alguns pontos você precisa mudar.
_ Todos nós necessitamos de mudança, Kássio. Elas fazem parte de nossa vida. Só não podemos impor o nosso ponto de vista a força, esclareceu Gilberto.
Outro problema sério são as coisas do mundo. É possível conservar a harmonia no lar em meio a este mundo consumista e hedonista? Perguntou Fernando. O mundo moderno está repleto de opções que nem sempre convém ao cristão. No diálogo familiar é preciso seguir as orientações da Igreja, tendo como base a Sagrada Escritura. Muitas vezes o que atrapalha a vida do casal são as coisas do mundo, o mundo da moda, das festas e eventos sociais, os costumes que ferem a dignidade da pessoa, a libertinagem, concluiu o jovem.
_ Ah! Mas ninguém vive sem festas. Creio que já estamos amarrados a esta lógica consumista. Por exemplo: qual o casal que não vai a uma pizzaria ou Shopping pelo menos uma vez por semana? Qual o casal que não anda na moda? Eu não tenho coragem de sair por ai com roupas de qualquer jeito, argumentou Andreia.
_ Tudo é questão de equilíbrio, afirmou Aparecida. Eu não me preocupo com a moda. O importante é ser feliz com minha família.
_ Se o orçamento não permite tais passeios, melhor ficar em casa. Acredito que o casal que se envolve em muitas festas não encontra a felicidade plena. Pode até ter bons momentos de felicidade, mas não será feliz, acrescentou Sônia.
_ Também acredito que o casal deve viver a felicidade sem gastar demais. O importante é o bem-estar da família, partilhou Francisca.
_ Por que gastar dinheiro com roupas de marca se é possível viver muito bem com roupas simples, porém elegantes? Perguntou Olímpio.
_ Meu Deus, eu sinto que muitos lares acabam desmoronando, pois quando o marido pensa só no dinheiro, no trabalho ou em festas, não casamento que resiste, disse assustado Flávio.
_ É verdade, mas tudo tem seu ponto de equilíbrio, concluiu Débora.
Dirce explicou:
_ Cada pessoa traz consigo certas limitações e condicionamentos psicológicos. É necessário conhecer o outro, seu caráter e seu temperamento, suas reações e manias. Alguns casos é preciso recorrer a um profissional, porém quem ama sabe compreender o outro e, muito além de agravar certas falhas nesta área elas vão desaparecendo, quando existe a palavra mágica: amor em ação.
_ Não se preocupe, tranqüilizou lenice. Vamos retornar o assunto nos próximos círculos de reflexões. Lembremo-nos que as mudanças devem ser contínuas. O casal que deseja viver bem deve encontrar o melhor modo de adaptar-se a nova realidade conjugal. A “adaptação” é questão número um da harmonia conjugal. A convivência, o diálogo entre duas pessoas aumenta a amizade e as chances de um matrimônio feliz. Iniciemos outro assunto. Agora vamos falar das principais causas da desarmonia conjugal.

Principais causas da desarmonia conjugal
Por que há tantas separações e por que há tantos casais que não vivem em harmonia? Perguntou Vânia. As respostas mais comuns são: falta de preparação séria para o casamento; falta de diálogo; falta de conhecimento mútuo.
_ Eu penso que este encontro está sendo uma oportunidade para vocês perguntarem e ouvirem de quem passou por esta experiência, a fim de acumular conhecimentos e desenvolver um plano de vida a dois, acrescentou Vando.
_ Quando meus pais fizeram o encontro foi apenas um dia de formação. Eles reclamaram muito porque não tiveram instrução suficiente para assumir tão nobre missão, compartilhou Amanda. Somente depois do casamento eles fizeram o Encontro de Casais com Cristo e tudo mudou de figura.
_ Eu fiquei sabendo que algum tempo atrás havia cursos de noivos, onde os noivos não participavam. Eram em forma de palestras, mas agora tudo é diferente. Estou aprendendo muito, relatou Kássio.
_ Por outro lado, a correria do mundo moderno não sobra muito tempo para o casal ficar a sós. São tantas obrigações e preocupações. A gente tem que fazer o nosso tempo, justificou Evandro.
_ Os cônjuges necessitam de tempo para conhecer-se mutuamente, afirmou Olímpio.
_ O namoro e o noivado têm como finalidade conhecer a pessoa. Já ouvi dizer que os melhores esposos (as) são aqueles (as) que durante o namoro e noivado souberam conversar, ouvir seu cônjuge. Certamente, não é um bom sinal se seu noivo (a) não tem paciência em ouvir você, acrescentou Dirce.
_ Existem outras atitudes que desencadeia insegurança e mal estar na vida do casal. Vamos conferir, concluiu Vânia.

Por que há tantas separações entre os casais?

Fernando perguntou:

_ Por que há tantas separações e por que há tantos casais que não vivem em harmonia?
As respostas mais comuns, apresentadas pelos casais foram: falta de preparação séria para o casamento; falta de diálogo; falta de conhecimento mútuo.
Depois de alguns depoimentos Aparecida alertou:
_ Se os motivos predominantes na realização do matrimônio é o sexo, o amor paixão, beleza física, simpatia, riqueza ou ilusão, tal matrimônio será construído sobre a areia movediça do pecado. A ruína é questão de tempo.
Pe José lembrou de outra atitude comprometedora:
_ Todos nós temos limitações, mas quando elas nos incomodam e nos tiram o equilíbrio, o melhor caminho é contar com a ajuda de um profissional nesta área. Há questões psicológicas que são verdadeiros transtornos que impedem a harmonia do lar. Nesse caso, é necessário compreensão do cônjuge, mas também colaboração de quem necessita de ajuda. É preciso reconhecer quando há necessidade de tais ajuda, a fim de superar todo o tipo de mal que impede a harmonia conjugal.
_ Não entendi muito bem, exclamou Flavio. Que são estas questões psicológicas? E de que modo elas podem atrapalhar?
_ Quando o cônjuge não respeita mais seu companheiro, quando cria outra identidade, inventando mentiras e vivendo de aparências, respondeu Pe José.
Dirce acrescentou:
_ Às vezes, a pessoa não compreende que o defeito não está no cônjuge, mas em si mesma.
Lenice concluiu:
_ Pode ser que o problema esteja nos dois. O diálogo nem sempre resolve. É necessário a intervenção de um profissional ou de um sacerdote que possa instruí-los.

O que traz insegurança na vida do casal?

Fábio iniciou o debate perguntando:
_ O que traz insegurança na vida do casal?
_ Normalmente, a insegurança está ligada à falta de fé, explicou Vânia. Confie em seu esposo (a) e em si mesma (o). Liberte-se das sombras. Quando alguém torna ciumento, tentando controlar os outros ou reclamando de falta de atenção, carinho, com atitudes infantis, é hora de buscar a maturidade. Controle-se. O amor não é conquistado por meio de lutas, mas sim através de diálogo, atitudes de doação e compreensão.
_ Eu creio que o ciúme é o que mais atrapalha o casamento. Quem tem ciúme do cônjuge não tem confiança ou quem sabe deseja o cônjuge como propriedade particular, afirmou Valentina.
_ Concordo em partes, Valentina. O ciúme é um sentimento de zelo, mas se for doentio, deve ser evitado, explicou Pe. José. Quem ama acolhe o outro e não dá motivos para brigas. Como dizia São João Bosco: “Não basta ser bom. É preciso parecer ser bom”. Ou seja, quem nunca deu motivos para o ciúme, a paz reinará para sempre no lar.
_ Inspirado em alguns textos bíblicos Gilberto relatou:
_ É o Senhor quem nos ajuda a romper com estas inseguranças. “Ele é a nossa luz e salvação”. Não há o que temer (Sl 27, 1).Cristo bate a porta de nosso coração (Ap 3, 20). Basta aceitá-lo e viver em sua presença. No encontro com Cristo o casal rompe com o pecado e com todo tipo de atitudes contrárias ao seu projeto de amor, afirmou Gilberto.
_ A proximidade de Deus sustenta os relacionamentos e a família. A abertura aos dons do Espírito Santo, a oração, a reflexão da Palavra, a conversão e a experiência de fé são meios favoráveis que trazem segurança ao casal, concluiu Dirce.


O diálogo na vida do casal

_ Retornemos ao discurso sobre o dialogo, disse Evandro. Quem sabe ouvir, conhece o segredo do diálogo. Não é somente troca de ideias, mas de experiências de vida. O diálogo, para ser autêntico deve chegar ao nível dos sentimentos. Não apenas entender prematuramente o que eu devo corrigir no outro, mas em que posso ajudá-lo para manter a harmonia plena no lar, afirmou Evandro.
_ Meus avós diziam: quando um fala o outro escuta, afimou Pedro.
_ Isto é verdade, completou Amanda. Mas é preciso escutar, não simplesmente ouvir. É necessário prestar atenção no que o outro está dizendo. É parar, refletir, compreender o outro, fazer perguntas e tomar decisões juntos.
_ Algumas pessoas não são capazes de ceder, dar o braço a torcer. O que fazer nesse caso? Perguntou Valentina. Todos olharam para Flávio e sorriram.
_ Quanto a estas pessoas, o melhor é fazer perguntas e não descansar até que a pessoa compreenda o que você está tentando falar. Diálogo significa conversa a dois com objetivos a serem definidos por eles, respondeu Pe. José.
_ Laura afirmou:
_ Ás vezes eu acho melhor silenciar do que ficar batendo boca.
_ Jair interveio:
_ Há silêncio de palavras e silêncio interior. Lembre-se Laura: Maria guardava todas essas coisas em seu coração ( ). Se é um silêncio inteligente, então vale a pena.
_ O silêncio é uma boa tática, porém se calar em todos os momentos não é uma boa atitude. Muitas vezes a pessoa tem razão, mas quanto ao modo poderia ser bem diferente, explicou Pe. José.
_ Vou dar um exemplo, disse Fábio. Se um dos cônjuges gostaria de comprar um carro novo e o outro não estiver de acordo, os dois devem sentar e falar abertamente sobre as vantagens e desvantagens. Somente depois, tomar a decisão.
_ É preciso ser flexível. “Nem tanto o mar, nem tanto a terra”, compartilhou Débora.
_ Quem sabe dialogar está sempre aberto. Sabe guardar segredos, porém não esconde os fatos de maneira infantil e irresponsável, assegurou Vânia.
_ No casamento o diálogo não acontece entre ideias, mas entre pessoas. Nunca chega ao nível da discussão, mas da reflexão sincera e transparente, afirmou Lenice.
Andreia interveio:
_ Eu não tenho paciência com os pais de Gabriel. Eles acham que somos ainda crianças. Quer resolver todos nossos problemas. Eles são intrometidos.
_ Eles querem o nosso bem, Andreia. Não acho que meus pais são assim. Não exagera, respondeu Gabriel.
_ Não se preocupe Andreia, voltaremos a falar sobre este assunto num dos próximos círculos, tranquilizou Vando.
_ O diálogo serve para ser conhecido e para conhecer o outro, principalmente no que diz respeito aos sentimentos. Deve ser uma relação de igual para igual, sem superioridade ou ‘camuflagens’. Os cônjuges deverão ter paciência, dar atenção a quem fala: ser humilde, falar sem ironia e pensar antes de falar. É preciso acolher o outro com amor, tomando sempre iniciativa, falar sempre com sinceridade e de maneira objetiva, confidenciou Dirce.
_ Eu odeio quando estou falando com uma pessoa e ela começa com críticas, disse Laura.
_ A auto-suficiência, a mania de grandeza é um dos obstáculos a ser ultrapassado, Laura, respondeu Sônia. Quem se exalta demais perde a capacidade de dialogar. É preciso ter a paciência de uma professora primária que não se escandaliza com a criança analfabeta.
_ Estou entendendo que o diálogo só terá sucesso entre dois iguais ou entre duas pessoas que desejam somar e crescerem juntas, afirmou Amanda.
_ Você tem razão Amanda. Quando alguém deseja ser sempre o Mestre dos mestres temos um grande problema. Não se esqueça de que Jesus disse: “um só é o mestre”. Todos vós sois irmãos, partilhou Vando.
_ Francisca, tomando a palavra afirmou:
_ Existem dois tipos de diálogo: funcional e interpessoal. O primeiro é mais simples. Por exemplo: “Hoje é dia de pagar o aluguel”. O segundo é mais exigente: “Eu fiquei feliz porque você chegou mais cedo”.
_ A conversa funcional muitas vezes dá canseira, disse Flávio.
_ Valentina por sua vez afirmou:
_ É esta conversa que resolve os problemas. O casal precisa ser mais direto e não perder tempo com picuinhas.
_ Acontece que algumas mulheres fazem o maior escândalo por causa de bugigangas, explicou Amanda. Eu gosto das conversas entre pessoas. Adoro conversar com os outros e se meu futuro marido não tiver paciência eu entro na internet. Falo com pessoas desconhecidas. Eu tenho sempre vontade de falar com todo mundo.
_ Isso pode ser perigoso, Andreia. Quando a pessoa depende dessas conversas e não encontra apoio em casa, nem sempre é possível manter boas amizades e boas conversas, sobretudo no mundo virtual. É preciso tomar cuidado, alertou Marta.
_ Eu sei, disse Andreia. Mas eu tomo cuidado.
_ Existem certas conversas íntimas que nem mesmo os filhos deverão participar. É preciso ser prudente, afirmou Marta. Não falar mal do cônjuge a terceiros, não falar mentiras ou coisas pelas metades. Essas atitudes prejudicam o diálogo (Arquidiocese de Mariana, 2009, 92-93). Já pensou se a mulher ou o marido começa a se queixar do cônjuge para terceiros? Isso não é um bom sinal.
_ Quando a esposa ou o marido não reserva momentos para o diálogo, o pior pode acontecer. Tome cuidado. É através do diálogo que o casal expressa o amor, o carinho e o desejo de viver sempre unido no amor. Sem diálogo não se vai muito longe, disse Pe. José Antônio.
_ Vamos fazer um pequeno intervalo e voltaremos em breve para falarmos sobre o relacionamento dos pais com os filhos, concluiu Olímpio.

Como será o relacionamento com os pais após o matrimônio?

Olímpio iniciou dizendo:
_ Sabemos que a família é importante e que o casamento não pode significar distanciamento dos pais. Os novos casais devem levar uma vida de independência, porém ligados aos pais por meio de uma convivência sadia, afirmou Olímpio.
_ Quero fazer uma pergunta, disse Sônia. Morar perto dos pais ou na casa dos pais é positivo ou negativo?
Pedro afirmou que sua irmã morou com eles, porém, na casa dos fundos. Sempre tive um bom relacionamento com meu cunhado e nunca vi algo diferente entre meus pais e minha irmã. Existem pessoas que são mais difíceis de convivência, independentemente de que ela vive próximo dos pais ou longe, sempre terão que enfrentar dificuldades.
_ Acho que não dá muito certo. Meus pais são muito apegados e também são ciumentos. Mesmo antes do casamento minha mãe fica inventando coisas. Quando viajamos para longe ela fica regulando. Não aceita que os filhos morem longe. Não eu não quero morar com meus pais, justificou Gabriel.
_ Morar com os pais, quase sempre aparecem problemas. “Quem casa quer casa”. Caso haja necessidade, a melhor maneira é o respeito. Pais e filhos têm algo em comum. O amor de mãe e pai é diferente de amor de cônjuge. É só respeitar as diferenças e fazer do relacionamento uma oportunidade de crescimento. Nada de tempestades em copos de água. Com diálogo tudo se resolve, explicou Sônia.
_ Eu concordo também. Quando não há o respeito, tudo fica mais difícil, respondeu Amanda.
_ Vamos ouvir um texto de um livro de formação para as famílias, declarou Gilberto:
Valentina leu o texto diante de todos:
_ Às vezes um dos cônjuges prefere ir mais à casa de seus pais. Isso pode ser um péssimo sinal. Tudo é questão de equilíbrio. “Nas visitas frequentes torna-se fácil notar o quanto os pais estão dispostos e ansiosos para dar conselhos aos recém-casados sem perceber os seus limites. A interferência vem com o excesso de zelo e nem sempre são felizes e oportunos em suas palavras” (Gervásio 1999, 29).
Logo que o texto foi ligo, Fernando soltou o verbo:
_ A sogra não tem boa fama, porque ela está sempre do lado do (a) filho (a). Como diz o velho ditado: “mãe defende o filho até debaixo d’água”.
_ A mãe não quer ver os filhos sofrerem. Com um pouco de paciência, tudo se encaixa em seu devido lugar, afirmou Evandro.
_ Os casais devem ser prudentes e assumirem corajosamente o matrimônio, sendo responsável por sua própria família. Os pais querem o bem para seus filhos. Se o casal vive com alegria e dá testemunho para os filhos, não encontrará resistência em relação aos pais, concluiu Vânia.

Como será o relacionamento do casal que ambos trabalham fora de casa?

_ A vida moderna nos reserva bons momentos de estresse e correria. Parece impossível que a mulher dependa do marido como o único provedor do lar. Mulheres donas de casa já são minoria, relatou Pe. José. Vamos partilhar um pouco sobre o que faz cada um de vocês no dia a dia. Comecemos com Fernanda.
_ Eu sou formada em administração de empresas e trabalho num escritório de laticínio.
Flávio afirmou que trabalha como vendedor numa empresa de café.
_ Eu trabalho numa firma de eletrodoméstico, disse Júnior. Sua noiva, Valentina é advogada e trabalha num escritório.
Gabriel tem uma academia e Andreia é estudante de faculdade.
Pedro trabalha com seu Pai e Amanda é cabeleireira.
Kássio é motorista e Débora vive em casa. Fez o ensino médio e não trabalha fora de casa. Laura é enfermeira e Fernando, professor.
_ Pe José perguntou:
_ Como vocês pretendem viver o relacionamento matrimonial, acolher os filhos e educá-los na fé cristã, diante desta realidade que foi apresentada?
_ Eu tento tirar minhas folgas nos dias que Fernando não tem aulas. Mas, não funciona bem. Precisamos tomar uma decisão muito séria, quando os filhos aparecerem, respondeu Laura.
_ Nós já conversamos sobre quando iremos ter o bebê. Tem que ser depois que eu terminar a faculdade, disse Andreia.
Valentina disse que será necessário fazer alguns ajustes, caso os filhos aparecerem. Para tudo tem um jeito, disse a jovem.
_ Fernanda e Flávio ainda não sabem o que fazer.
_ O futuro pertence a Deus, afirmou Flávio. Creio que as coisas vão se ajustar.
_ Marta argumentou: o bom senso indicará o que se deve fazer. Tudo é questão de planejamento. Quando se trata da educação de filhos, muitas vezes um bom salário não compensa as consequências de um filho que cresce sem a presença dos pais. A distância entre os cônjuges poderá trazer prejuízo para toda a família.
_ Terei que abrir mão de um cargo, disse Fernando. Agindo assim, quando tivermos nossos filhos estarei mais próximo deles para vê-los crescer.
_ Mas todo mundo coloca os filhos nas creches. O casal cristão deve dar mais presença na vida do filho, afirmou Francisca.
_ De que maneira? Perguntou Débora.
_ O casal deve permanecer em casa, pelo menos por um período do dia, seja de manhã, à tarde ou à noite. As crianças não poderão ficar sozinhas o dia inteiro. A presença dos pais é insubstituível, respondeu Francisca.
_ Os filhos entendem quando os pais trabalham fora de casa, mas tem dificuldade de perdoar os pais quando se ausenta de casa por qualquer motivo, acrescentou Olímpio.
_ Carinho de avó não substitui carinho de mãe. Os irmãos podem ajudar, mas os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos, afirmou Jair.
_ O livro dos provérbios adverte os filhos sobre as instruções de seus pais (Pr 1, 8; 6, 20). Se os pais não têm tempo suficiente para estar ao lado dos filhos, para quem será repassada esta nobre missão? Perguntou Aparecida.
Quanto à geração dos filhos é a parte mais importante no casamento. Apesar de que ambos deverão se esforçar para educar a prole, não há duvidas de que o papel da mulher merece destaque. Quando a mulher é forte, cheia de fé, amor, modéstia e leva uma vida santa, as chances de que o matrimônio produza muitos e bons frutos são bem maiores. A mulher virtuosa é a alegria do marido e de toda a família (Pr 31, 10ss), respondeu Francisca.
_ Não deve ser fácil conciliar o mundo do trabalho com a vida familiar. Não é um bom negócio abandonar os filhos por causa de um salário maior. Os filhos são a maior riqueza, relatou preocupada Andreia.
Amanda acrescentou e logo em seguida perguntou:
_ Se é possível ser esta mulher virtuosa, ela será uma heroína. Hoje eu tenho forças e não me estresso porque tenho muito serviço e não sobra muito tempo para namorar. Será que no futuro, já cansada da profissão e com o acúmulo de serviços em casa, terei condições de ser uma boa mãe e uma boa profissional?
_ Procure morar próximo do local de trabalho, aconselhou Gilberto. Se isto não é possível, verifique os dias que você poderá estar em casa, tenha sempre contato com a família. Conheço caminhoneiro que está sempre em contato com os filhos. Se não pode estar presente fisicamente, um telefonema pode substituir.
Aparecida contou uma história:
_ Já ouvi que um pai, ao sair de casa na madrugada, sempre deixava um sinal. O filho depois contava para a mãe. O pai passou no quarto hoje de manhã, ele amarrou meu sapato na cabeceira, colocou meu ursinho de pelúcia ao meu lado na cama etc.
Flávio e Kássio demonstraram preocupados com o fato de ter que se ausentar de casa por algum tempo. Suas esposas são conscientes de que sua tarefa seria bem maior em relação às outras noivas que teriam seus maridos mais próximos.
Valentina tem uma estratégia. Vai contar com a ajuda de meus pais. Quanto a Débora, além de contar com o auxílio de seus pais pensa que os filhos são de responsabilidade dos pais e que terão que bolar um plano, até mesmo arrumar uma babá, para não sobrecarregar os pais.

Como serão os amigos do casal?

Novamente outro círculo de reflexões. Dirce deu algumas dicas:
_ A prudência é fundamental, sobretudo nos primeiros anos de casamento. As boas amizades ajudam o casal.
_ Seria bom para o novo casal que se engajasse numa pastoral ou movimento de igreja para conhecer novas pessoas e ter acesso àquelas pessoas que poderão ajudá-los a ser cada dia mais cristãos e dispostos a viverem unido no amor de Cristo. Continuar ser amigo (a) daqueles jovens solteiros, que gostam de festas e uma vida sem muitas regras pode ser arriscado, explicou Evandro.
_ Dirce acrescentou:
_ É preciso reavaliar a amizade e mudar o comportamento, a fim de que a amizade permaneça, caso seja sólida, porém que ela não atrapalhe o novo relacionamento conjugal.
_ As amizades aumentam as doçuras da vida, disse Junior. Tenho bons amigos. Fico feliz porque eles já são casados. Acho que eles vão nos ajudar.
_ Tenho certas preocupações. Gabriel tem muitos amigos e amigas. Tenho que está vigiando, senão fico sobrando, afirmou Andreia. (Todos sorriram).
_ Kássio se posicionou dizendo que as boas amizades poderão ajudar sua esposa, mas tem medo das comadres, das vizinhas, etc.
Pedro é mais tranquilo, nesse ponto. Logo ele exclamou:
_ Entre eu e a Amanda existem muita proximidade. As amizades dela são as minhas.
Laura demonstrou preocupada em relação às amizades. Não tenho vínculos de amizades no trabalho, em casa não tenho muito tempo e nossos horários são desencontrados. As amizades de Fernando também não são tão significativas, às vezes sinto só. E isto é causa de certa melancolia. Espero que depois do casamento possamos participar de algum encontro de casal e aumentar nossas amizades.
Sua preocupação, Laura, nos leva a crer que o casal cristão deve ter novas e boas amizades. Bons amigos nos levam para cima. Mas, devemos ter cuidado. Há muitos falsos amigos que acabam levando o casal para o abismo do vício e dos prazeres mundanos, argumentou Pe. José.
Lenice admitiu que sua participação na vida da Igreja foi sinônimo de muita paz e encheu sua casa de bons amigos.
Vando acrescentou:
_ Depois que entramos pra valer nas coisas da Igreja, os falsos amigos desapareceram e novas amizades deram um novo colorido em nossa vida.
Fábio admitiu:
_ Boas amizades não são encontradas nos botecos, nem sempre no trabalho. É na Igreja onde as encontramos.
_ Aparecida concluiu:
_ Se casal continua com as mesmas amizades de antes, alguma coisa está errada. Falando assim, não quero dizer que vocês devem romper com as amizades antigas. Ao contrário, deverão alimentá-las, porém o modo de viver deve ser diferente. Quem é verdadeiro amigo compreenderá o seu progresso, mesmo que tenha se ausentar um pouco.
_ Vamos fazer um pequeno intervalo, depois retornaremos, disse Francisca.

De que maneira o casal deve administrar o tempo e o dinheiro?
De que maneira o casal deve administrar o tempo e o dinheiro? Perguntou Olímpio. Esta é uma boa pergunta. Iniciemos com a leitura de um texto para dar mais vida o nosso debate. Marta vai ler para nós. Ouçamos com atenção.
São várias as preocupações do casal: o aluguel, a alimentação, transporte, financiamentos, vestuário, instrução, lazer, plano de saúde, luz, água e telefone etc. Se não há um planejamento, pouco a pouco a família estará em maus lençóis. O salário dos dois é da família. As prioridades dos cônjuges são diferentes entre si, porém é necessário bom senso. Evite comprar a prazo ou com cheques pré-datados. Há tantas despesas desnecessárias: roupas da moda, festas todos os dias, móveis ou utensílios caros etc. Lembre-se de guardar uma parte para o Dízimo comunitário. Ajude os pobres e mais necessitados. O dinheiro não traz felicidade, mas se usamos corretamente nossos bens, viveremos em harmonia.
Fernando estava preocupado com o aluguel. Ele acha que é um dinheiro desperdiçado. Quer convencer Laura de morar com sua mãe. Laura deseja construir uma casa nos fundos da casa de sua mãe. Os dois não chegam a uma conclusão. Kássio gosta de economizar. Faz as contas e se assusta com a futura esposa que gosta de viver bem, muitas festas, viagens etc.
_ Tenho que pensar para mim por Débora. Faz as coisas sem medir as consequências, confidenciou Kássio.
Amanda é econômica e gosta de guardar o dinheiro para poder crescer. Pedro está de acordo. Os dois procuram economizar. Pensa até em financiar a casa e guardar as economias para adquirir os móveis.
Gabriel faz planos, porém o dinheiro não é suficiente. Pensa em adquirir um lote para construir, mas este sonho é interrompido por causa das festas e despesas desnecessárias. Junior não gosta de gastar dinheiro à toa e Valentina está na mesma direção. O casal se prepara para terminar a casa que já está sendo construída. Flávio e Fernanda têm lugar garantido na própria família. Ele afirma que não larga a mãe. Flávio concorda. Acha sua sogra muito simpática.
_ Quem gasta mais? O homem ou a mulher? Perguntou Amanda.
_ Acredito que a mulher gasta mais, por isso o marido deve controlar o dinheiro, respondeu Junior.
_ Não, retrucou Valentina. Os homens são, na maioria das vezes, gastadores.
_ Creio eu que não adianta levantar hipóteses ou fazermos pré-julgamentos, afirmou Pe. José.
_ O modo de administrar é uma arte. Quem desenvolve esta arte deverá ajudar o outro. Já vi muitas brigas por causa de contas a pagarem. Vi pessoas ficarem endividados por causa da má administração, afirmou Fernando. É preciso ter diplomacia e flexibilidade para resolver todos os problemas nesta área.
Quando o diálogo familiar não funciona, o que fazer?

Francisca prosseguiu o diálogo dizendo:
_ O casal deve sempre tomar iniciativas e resolver os problemas juntos. Não significa que os pais ou outras pessoas capacitadas não possam ajudá-los. Os conselhos podem clarear as respostas, porém, poderá confundir ainda mais. É preciso ter cuidado para não ser enganado. Na dúvida, não tome decisões. As melhores escolhas sempre trazem alegria ao coração, antes mesmo de praticá-las.
Débora é a favor do diálogo entre o casal, mas também valoriza a presença de algum intermediário, como um psicólogo ou um diretor espiritual.
Gabriel perguntou:
_ Quem ajuda mais o casal, em se tratando do diálogo conjugal?
_ Depende de cada caso, Gabriel. Às vezes um casal da Igreja que trabalha na Pastoral família ou os próprios pais. Há casos que devemos recorrer a um profissional na área da psicologia e psiquiatria.
_ Mas que tipo de ajuda psicológica? Terapia familiar? Perguntou Andreia.
_ A terapia para casais são auxílios valiosos quando há desentendimentos, brigas e desarmonia entre o casal. Isto é bom. Para nós cristãos, a palavra de Deus nos ensina a viver em harmonia. Se o casal está unido a Deus tudo torna mais fácil. Quando vocês tiverem dúvidas em relação à assuntos relativos a psicologia buscarão ajuda a este profissional. Em muitos casos, uma boa conversa ajuda o casal encontrar as soluções de muitos problemas.
_ Quando existem dúvidas conversa com minha psicóloga ou falo com o padre de minha paróquia, disse Francisca.
Junior ponderou:
_ Já ouvi dizer que o casal deve resolver os problemas e não levar nem mesmo para os pais ajudarem. Se o casal não se entende, dificilmente alguém de fora vai entendê-lo.
_ Não concordo contigo, Junior. Existem muitos profissionais que nos ajudam a viver em harmonia. Bom mesmo seria se o casal conversasse com o psicólogo ou com o padre juntos, partilhou Amanda.
_ Acredito que todos os conselhos são bem-vindos. Cabe o casal desenvolver a arte do discernimento, afirmou Pe. José.
_ Não entendi senhor padre. Como assim, discernimento? Perguntou Amanda.
_ Conheço uma jovem que pediu conselho a uma amiga sobre a sua separação. Ela disse: Ah! Você ganha bem, não precisa deste homem. E, tomando uma decisão quis voltar a trás, mas o marido procurou outros caminhos. Veja, toda decisão implica análise de todos os quesitos, não apenas o fato de ganhar mais que o marido. Isto não é desculpa para separação. Deveria ter pensado nas qualidades do marido, na situação dos filhos depois da separação. Infelizmente bons frutos não apareceram desta decisão, explicou Pe. José.
_ Eu sei de uma situação em que o casal estava às portas do divórcio e foi aconselhado a romper com o matrimônio. Os dois conversaram juntos e decidiram tentar de novo. Houve abertura de ambas as partes e o fogo do amor foi renovado, disse Sônia.
_ Muito Bem, disse Gilberto. Agora vamos para outro círculo de debate.

O que fazer para mudar certos hábitos que incomodam e não produz bons frutos?

Gostaria que cada um dissesse para o seu futuro cônjuge o que você gostaria que fosse descartado de suas vidas, disse Gilberto.
_ Tudo o que compromete a felicidade do casal deve ser descartado, acrescentou Sônia.
_ Bem, eu torço para que Fernando deixe o álcool. Sinto que é algo que ele não domina, afirmou Laura.
_ Eu prefiro deixar o jogo. Eu tenho uma queda para isso, respondeu Fernando. Já que Laura disse o que deve ser descartado em minha vida, espero que ela seja menos grudenta.
Débora queria ser mais livre. Disse a jovem:
_ A super proteção de meus pais me atrapalha demais. Eles acham que ainda sou criança.
Kássio está satisfeito e confiante. Amanda disse que é sempre bom não ter tanta preguiça para participar mais das coisas da Igreja. Quero ter mais ânimo e disposição. Já Pedro reclama do tempo. Gostaria que eu tivesse mais tempo para a família. Este talvez seja um grande desafio para mim.
Andreia não escondeu o desejo de ser mais madura. Gabriel disse que gostaria ser mais enérgico. Quando isso acontece, acaba sendo agressivo. Valentina deseja ser mais amiga e que tenha flexibilidade, enquanto Flávio prefere esquecer as feridas do passado.
Fernanda confidenciou:
_ É preciso deixar a preguiça, as mentiras, a ira e o mau humor, agressividade incontrolada, o modo de vestir extravagante e todo tipo de atitude que não se ajusta à vida do casal. O pior dos vícios é o individualismo. Flávio, por sua vez afirmou: “é preciso ter novos hábitos domésticos que trazem paz interior”.
Aparecida compartilhou: “Muitas vezes a mulher tem um carinho especial em relação à limpeza da casa, mas não demonstra carinho em relação ao marido e aos filhos”.
O marido e a mulher deverão sentir bem em casa. Evite exageros, pois se o marido não se sente bem em casa, preferirá outros lugares. A plataforma onde o casal vive deve ser um céu aqui na terra, o melhor lugar para se viver, completou Jair.

O poder do elogio

Vamos iniciar outro diálogo, disse Aparecida. “O elogio governa o mundo”. Para vocês, qual é o poder do elogio? A vida é feita de pequenos gestos de amor. Vamos aprender a amar, começando das pequenas coisas.
_ Não custa nada dizer: Parabéns! Você está linda! Ficou bom em você. O marido também precisa receber elogios. Ver sempre o lado bom das coisas. Os defeitos vão desaparecendo quando os cônjuges elogiam e valorizam os pontos positivos da pessoa amada, relatou Jair.
Dirce argumentou:
_ Certa vez a esposa de um amigo meu fez um almoço delicioso e com aqueles detalhes especiais. O marido ficou de braços cruzados quando foi questionado pela esposa: “Você não gostou? Não vai almoçar?” – Ele respondeu:“Não. Não vou destruir sua obra de arte”. Imagine a sensação de felicidade e contentamento daquela jovem senhora!
Lenice completou:
_ Quem elogia sabe ver o outro como pessoa amada e passa a valorizá-la. A falta de elogio quase sempre gera desconfiança e dúvidas. Será que estou agradando ou não? Quem sabe elogiar motiva a pessoa a crescer nas virtudes.
_ É verdade, afirmou Pe. José. Quem critica está sempre lembrando os defeitos dos outros, desmotiva e acaba machucando o coração da pessoa amada.
Eu não vejo muito sentido em elogiar. A mulher precisa saber a sua obrigação e pronto, retrucou Fernando.
Laura advertiu a todos dizendo:
_ Mas o modo como é feita as obrigações é importante. Se a mulher recebe elogios, ela vai servir e amar o marido de um modo mais carinhoso. Se ela não recebe esse afeto, poderá fazer as coisas de qualquer jeito.
_ Não adianta elogiar demais a mulher, senão ela vai sempre ficar esperando do marido. Daí a gente não aguenta, explicou Flávio.
_ Não. O marido deve aprender que a mulher é mais sensível e deve respeitá-la mais, procurando amadurecer o relacionamento de maneira equilibrada, respondeu Fernanda. Não significa elogiar de hora em hora, porém é importante reconhecer as coisas boas que um faz para o outro ou pela família.
Para finalizar, eu vou lhes contar mais uma história, concluiu Aparecida:
Certa vez um marido cobrava demais de sua esposa a forma como deveria arrumar a casa, educar as crianças e preparar as refeições. Depois de algum tempo mudou de atitude. Começou a elogiá-la nas pequenas coisas. Em pouco tempo sua esposa passou a ser mais cuidadosa e a ter mais paciência em cumprir suas tarefas. O esposo sentiu mais à vontade em casa e também passou a ajudar a esposa em suas atividades, tendo consciência de que os serviços domésticos eram demasiados.

Como promover e criar um clima de romance, mesmo depois de muitos anos de casamento?

_ Agora vamos mudar a reflexão, disse Vando. Como promover um clima de romance ao longo do matrimônio? Mesmo depois de algum tempo, o casal deve solucionar os problemas e manter um clima de alegria e enamoramento.
_ O amor, quando é verdadeiro, vai crescendo cada dia mais. É preciso ter tempo para manter e promover o romance entre os dois completou Lenice.
_Creio que o casal deve programar sempre momentos de prazer, quem sabe alguma viagem, assegurou Débora.
Kássio afirmou:
_ Ficar em casa, promovendo momentos de alegria em família é sempre bom.
Evite-se o excesso de bebidas alcoólicas. Isso é bom para sua saúde e para toda a família. O alcoolismo é uma das causas de tantas separações, aconselhou Pe. José.
Dívida a tarefa de casa com a esposa, caso você trabalhe fora. Seja companheiro e não provedor, afirmou Vânia.
_ Em nossa casa não entra bebida alcoólica. E eu não me arrependo por isso, completou Fábio.
A mulher também deve fazer a sua parte, ajudando o marido a viver cada dia mais integrado na família com atitudes de amor e de compromisso. Para mim um clima de romance não significa que o casal tem que viver se beijando o tempo todo. Mas, que haja diálogo, respeito, acrescentou Francisca.
Maria relatou que não perde oportunidade para fazer alguma festa, aniversário. A família é importante. Sempre devemos promover algo que envolva toda a família.


Quais são as barreiras a serem ultrapassadas?

_ Muito bem, disse Olímpio. Agora vamos mudar a reflexão. Vamos prestar atenção no texto a ser lido por Dirce:
A falta de diálogo e compreensão entre o casal, a falta de uma formação cristã aprofundada, os desencontros, a falta de um planejamento familiar cristão, enfim tudo o que dificulta a vida do casal deve ser superados. Lembre-se: o outro é um pedacinho de você. Tudo deve ser pensado em relação a ele. O segredo da harmonia familiar depende dos dois. É sempre uma história feita por dois personagens. Eles são protagonistas da melhor história a dois que o mundo já ouviu falar. Basta acreditar! (Evandro e Dirce).
Gilberto alertou os participantes dizendo:
_ Existem situações em que o casal sofre por falta de conhecimento. Vocês devem estar atentos para evitar certos desencontros.
Gabriel perguntou:
_ Eu tenho uma dúvida a ser esclarecida. Quando o casal não encontra saída para certos desafios e o diálogo não funcionar?
Pe José explicou:
_ A solução é encontrar caminhos para o amadurecimento psicológico e espiritual. A afetividade é uma área que merece destaque. O sacerdote ou algum agente da Pastoral familiar poderá ser um suporte para quem tem dificuldades na dimensão espiritual. Outros profissionais poderão ajudar o casal, restituindo equilíbrio psicológico e afetivo.
Sônia acrescentou:
As mentiras, o ciúme, as brigas vão desaparecer quando o casal colocar Deus em primeiro plano. Você concorda Fernando?
Eu penso que as comparações atrapalham muito o relacionamento entre o casal, por exemplo: Minha mãe faz deste jeito. É preciso ter cuidado com os parentes. Nem sempre a proximidade significa paz e serenidade, argumentou Fernando.
_ Se o casal tem amizade e bom relacionamento com a família vai dar tudo certo. A família ajuda também. Há muitas exceções, garantiu Flávio.
_ Não concordo com certos hábitos. Se o marido não gosta de um tipo de roupa, por que a esposa deve contrariá-lo? Defendeu Fernanda.
_ Ah, mas onde fica a liberdade? Perguntou Andreia. O esposo também deve acolher a esposa e aceitá-la como ela é.
Tudo bem Andreia, mas deve haver certo limite, prudência e sabedoria para que o casal promova a verdadeira paz em suas vidas, respondeu Pe. José.
Jair fez o uso da palavra dizendo:
_ As críticas, a pirraça e as agressões são obstáculos a serem superados. São estas as atitudes mais comuns que acabam trazendo desarmonia conjugal e até mesmo separações.
_ Há pouco tempo li um livro que dizia: “ninguém pode entender o outro se não entrar em sua tenda” Portanto, é preciso ouvir o outro e procurar amá-lo, respeitá-lo. Quando o relacionamento não estiver fluindo bem, o caminho é a oração. “Família que reza unida, permanece unida”, concluiu Pe. José.

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